A construção do Centro Escolar da Sequeira vai arrancar dentro de pouco tempo, uma vez que a autarquia da Guarda já recebeu o necessário visto do Tribunal de Contas (TC). Durante a reunião do executivo, realizada na última terça-feira, ficou a saber-se que o Centro de Gonçalo já está «praticamente pronto», tendo sido adjudicado os trabalhos de construção do do Vale do Mondego por cerca de 1,5 milhões de euros. Os vereadores do PSD consideram que o executivo quer na recta final do mandato «compensar as gentes da Guarda pelo muito que prometeu e do tão pouco que conseguiu executar».
O Centro Escolar do Vale do Mondego, que vai ficar localizado próximo do Porto da Carne, vai abranger as crianças daquela freguesias, bem como as de Mizarela, Cavadoude, Aldeia Viçosa, Vila Cortês, Pêro Soares ou Vila Soeiro. A infraestrutura, cujo prazo de execução dos trabalhos é de um ano, sendo necessário ainda o visto do TC terá quatro salas do 1º ciclo e três do pré-escolar, tendo capacidade para cerca de 175 crianças, explicou Virgílio Bento, que conduziu os trabalhos devido à ausência do presidente Joaquim Valente. O vice-presidente da autarquia sublinhou que se vai «dar às crianças as condições que hoje a educação exige», ficando «concentradas» no estabelecimento, o que «pedagógica e socialmente é melhor», sustentou. A obra foi adjudicada à empresa Joaquim Fernandes Marques & Filhos, SA, de Oliveira do Hospital. Em relação ao Centro Escolar de Gonçalo – que vai receber alunos das freguesias da Benespera, Gonçalo, Ramela, Seixo Amarelo, Valhelhas e Vela –, está «praticamente pronto», tendo sido aberto o concurso para a «aquisição de mobiliário» e «esperamos que nos inícios do próximo ano lectivo o possamos inaugurar», indicou. Quanto aos trabalhos do Centro Escolar da Sequeira têm «finalmente» “luz verde” para arrancar após a chegada do visto do TC, numa uma obra «importante» para «resolver o problema da sobrelotação» nas escolas da Estação e da Sequeira e que implica um investimento de cerca de 2,5 milhões de euros da Câmara.
O também vereador da Educação considera que o trabalho de qualificar a rede pré-escolar e a construção de equipamentos escolares, assim como a requalificação de outros, «nunca foi feito» e que «o que se está a fazer neste momento na área da Educação no concelho da Guarda representa uma «pequena revolução». Na mesma reunião, foi aprovado o projecto e a abertura de concurso para a realização de obras de requalificação do Solar Teles de Vasconcelos, antigo edifício da Biblioteca Municipal, para a instalação do Julgado de Paz da Guarda, no valor de 266 mil euros. Foi ainda ratificado o despacho que aprovou a adenda ao contrato de empréstimo do Programa de Regularização Extraordinária de Dívidas do Estado (PREDE). Recorde-se que em causa está a concessão de uma linha de financiamento num montante de mais de 18,6 milhões de euros, o valor da dívida de curto prazo da autarquia a 30 de Junho de 2008, aos pequenos e médios fornecedores.
Uma ratificação que fez os vereadores da oposição reagir com ironia: «Estamos muito próximos das eleições e tudo o que seja regularizar situações e trazer benefícios para a população da Guarda é importante. É importante que haja eleições e que os políticos façam um esforço suplementar nessas alturas. Se o executivo da Câmara da Guarda está disposto nesta recta final do mandato a compensar as gentes da Guarda pelo muito que prometeu e do tão pouco que conseguiu executar, nós oposição não levantaremos quaisquer problemas», disparou Ana Manso. A social-democrata queixa-se que, ao longo deste mandato, houve «várias questões que levantámos» e «vários problemas que equacionámos» que «não foram ponderados pelo executivo e, muito menos, resolvidos». Agora, «se nesta fase querem resolver tudo aquilo que não resolveram durante estes quatros anos sejam bem-vindos e nós dar-lhe-emos todo o apoio», anunciou.
Ricardo Cordeiro