Joaquim Valente foi oficialmente entronizado candidato do PS à Câmara da Guarda nas próximas autárquicas. Sem surpresa, na passada quinta-feira, os militantes da concelhia confirmaram, por unanimidade, o que estava anunciado há muito tempo. «É o candidato da Guarda, mais do que do PS», declarou Virgílio Bento no final de um plenário que juntou cerca de seis dezenas de pessoas.
Para o líder da concelhia – que é também vice-presidente da autarquia –, o actual edil, eleito em 2005, é «o melhor candidato para a Guarda, aquele que luta pelo progresso do concelho e tem um projecto para a cidade», justificou, garantindo que vai ganhar. Mais comedido, o próprio congratulou-se por o seu nome ter sido aprovado pelos órgãos locais do PS, mas afirmou que vai continuar a ser presidente da Câmara a tempo inteiro nos próximos nove meses. «É esse o compromisso que tenho com os guardenses, além de querer concluir o projecto que temos para a Guarda», disse Joaquim Valente, recordando estar a cumprir uma promessa das últimas autárquicas, quando assumiu que o seu projecto na Câmara da Guarda era «para oito anos». Quanto à candidatura de Crespo de Carvalho, apresentada cinco dias antes pelo PSD, não quis comentar, prometendo fazê-lo na campanha.
Tratamento diferente mereceram algumas das críticas do seu principal adversário. O independente tinha dito que a Guarda não beneficiou nada da amizade do presidente da Câmara com primeiro-ministro, mas Joaquim Valente puxou das acessibilidades e da requalificação do Hospital para provar o contrário. «Em termos políticos, o primeiro-ministro respondeu àquelas que eram as maiores necessidades da região, nomeadamente nas acessibilidades e na saúde, tendo sido o seu Governo que criou na Guarda a primeira Unidade Local de Saúde do país», argumentou, assumindo ainda que a requalificação do Sousa Martins está no «bom caminho, graças a José Sócrates». Já a acusação de nada ter feito neste mandato foi devolvida à procedência com o argumento de que «saber ver é uma virtude que, por vezes, outros partidos não têm». O candidato socialista sublinhou depois ser ainda «prematuro» falar nos elementos que vão integrar a sua lista, embora tenha assumido que o PS vai «ter a melhor lista à Câmara da Guarda», cuja bandeira eleitoral será «o bem-estar dos guardenses».
Joaquim Valente foi menos poético quando confrontado com as expectativas goradas na Plataforma Logística de Iniciativa Privada (PLIE), onde ainda não há empresas instaladas a sete meses do fim do mandato. «O caminho está-se a fazer, já há projectos de instalação na Câmara para serem aprovados», respondeu, recusando a ideia de que este falhanço lhe vai retirar votos. Anunciando que vai ser presidente do município até ao final do próximo mandato se for eleito, o candidato indigitado espera recuperar para o PS a Junta de Freguesia de S. Miguel, na área urbana. Para tal, «vamos apresentar um programa que leve os munícipes a acreditar que o PS é um partido de proximidade e sabe ouvir as pessoas», anunciou, considerando que a freguesia «não ganhou por ter eleito uma Junta de outro partido». Por sua vez, o presidente da Federação do PS da Guarda congratulou-se com a escolha da concelhia da capital de distrito. «Não houve indecisão, ao contrário de outros. Joaquim Valente tem sido a mais-valia do PS na Guarda», afirmou José Albano Marques.
Luis Martins