>Só um inglês se lembraria de instalar um shopping de saldos em cima do estuário do Tejo, a tal zona que na opinião de um ministro seria um deserto, a mesma que do ponto de vista ambiental muita tinta vai fazer correr e a mesma que agora possui os terrenos mais caros do país.
Durante toda a semana passada fomos enrolados numa onda de insinuações ou de quase acusações, que arrastavam o nosso Primeiro Ministro. No espírito do Zé começaram a pairar dúvidas. Nada que já não se tivesse falado em 2005 em plena campanha eleitoral, então numa associação a outra acusação em que a masculinidade era igualmente posta em causa. A honra e a sexualidade colocadas em causa. Então valia tudo menos tirar olhos e o Zé desinteressou-se, menosprezando os factos. Decorria então uma investigação com base numa carta anónima e três anos depois por não estar terminada permite o regresso de insinuações que roçam as acusações. Culpados? Os serviços do costume. Desta vez parece que os ingleses não responderam às cartas rogatórias portuguesas, agora fazem de conta que nada sabem e vêm eles próprios pedir esclarecimentos. Porque os ingleses nada disseram a investigação parou. No mínimo ridículo.
Seria Sócrates, ministro do ambiente (e da ambição), um corrupto em 2002? Só uma investigação atempada e adequada poderia dar a resposta e terminar com a especulação. Nada disso aconteceu, pelo contrário, porque alguns dos envolvidos em três anos não foram investigados ou ouvidos. Ninguém duvida que alguém terá ganho dinheiro isento de impostos com o Freeport e ninguém duvida que à época houve processos administrativos demasiado ágeis para os nossos costumes. Aliás o facto de qualquer acto público decorrer dentro dos períodos legais torna-se sempre suspeito. No momento interessa-me tanto que o cidadão Sócrates seja corrupto ou não como seja engenheiro licenciado ou não. Preocupa-me mais até que ponto esta pressão dos media deixa espaço ao Primeiro Ministro Sócrates para nos governar em período de crise. Isto sim preocupa-me. Esperava-se que o Engenheiro Sócrates falasse ao país negando o envolvimento no Caso Freeport e ponto final, para depois avançar com campanhas reais para ajudar a ultrapassar a crise e evitar a avalanche de desemprego, mas não, acabou por falar das campanhas negras e dos poderes ocultos. A questão é, deixem-no trabalhar se é que ainda o sabe fazer e pressionem quem de direito a investigar.
Só um inglês demora três anos a dar resposta a uma carta rogatória, mas ainda por cima finge que nada sabe e manda-nos uma outra carta a pedir que investiguemos o que suponhamos investigado.
De novo o Engenheiro Sócrates está na praça pública por causa do inglês, sendo que da primeira vez era técnico.
A virgem
Nunca me tinha passado pela cabeça que a virgindade pudesse ter um valor pecuniário. Mas na internet tem. Surpreendi-me ao perceber que uma mulher de 22 anos passa pela Universidade a esconder-se do “lobo mau” e oferece a sua virgindade em leilão, sendo que o valor é agora superior a 2,88 milhões de euros oferecidos por um louco australiano de 39 anos. Mesmo assim ainda não atravessou o mar em direcção à Austrália para perder o hímen. Espera rentabilizar ainda mais. Interessante, segundo a notícia, é que a irmã pagou os estudos universitários prostituindo-se durante 3 semanas.
Numa época em que as civilizações ditas evoluídas dispensaram a virgindade como sinal de honra, pureza e confiança na relação entre dois seres, o conceito de mercantilismo no país de Obama é espremido ao ridículo, fazendo com que um hímen valha mais do que 28 anos de ordenado do nosso Presidente da República. Felizmente esta hipervalorização económica desvaloriza mais o hímen. Na vida tudo é relativo.
Por: João Santiago Correia