A administração da Sodecia, empresa de componentes automóveis, decidiu colocar em “lay-off” mais de metade dos seus trabalhadores. A medida abrange 60 pessoas, que vão «trabalhar quatro dias por semana e descontar no salário o dia útil que ficarão em casa», adiantou a delegação da Guarda dos Trabalhadores Sociais Democratas (TSD).
Inicialmente, a empresa propôs essa solução a 17 operários, mas o número foi aumentando nas últimas semanas. Joaquim César, da Comissão de Trabalhadores, refere que a decisão se deve à diminuição das encomendas: «Se não se fabricarem carros também não podemos fabricar peças. É uma realidade, não podemos dizer que temos encomendas porque não temos», afirmou, admitindo que a situação poderá motivar alguns despedimentos na fábrica instalada no parque industrial da Guarda. O trabalhador recusa, no entanto, a ideia de que a unidade feche portas. Os TSD lamentam, em comunicado, que «nada tenha sido acautelado, pois a situação era previsível há longos meses».
Igualmente preocupado com o futuro da Sodecia está o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins. «Não há certezas de que os restantes empregados não venham a ser afectados por um processo idêntico», alerta o SIMA. A Sodecia dedica-se ao desenvolvimento e produção de pequenos e médios componentes estampados, sub-conjuntos genéricos, conjuntos soldados, estruturas metálicas de assentos, pedaleiras e travões de mão, entre outros. Está instalada na Guarda desde a década de 90, mas a sede deste grupo industrial português fica na Maia.
