Faltam, nas unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS) da região Centro, «mais de 100 médicos anestesiologistas para cumprir tempos operatórios, consultas de anestesia, consultas de dor crónica ou de analgesias de parto, escala em unidades de cuidados pós-anestésicos ou serviços de cuidados intensivos».
Quem o diz é a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos em comunicado, esclarecendo que o rácio de anestesiologistas da região é de 10 por 100 mil habitantes, quando a média nacional é de 12 anestesiologistas por 100 mil habitantes. Segundo a Ordem, há «uma preocupante assimetria na distribuição destes profissionais», o que já levou a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos a reunir com os diretores de serviço de Anestesiologia das unidades hospitalares da região, incluindo o Instituto Português de Oncologia, com o objetivo de identificar as necessidades conhecidas através do Censos de Anestesiologia 2017 elaborado pelo Colégio de Anestesiologia da Ordem dos Médicos. «Estamos a enfrentar graves dificuldades nos hospitais da região Centro, face ao défice acentuado de anestesiologistas» denuncia o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, acrescentando que em alguns hospitais são canceladas «um terço das cirurgias programadas ou que, simplesmente não as conseguem marcar por falta de anestesiologistas». Para Carlos Cortes «é urgente o Ministério da Saúde resolver este problema», que adianta já ter sido comunicado à ministra da Saúde. Para além da falta de anestesiologistas, o responsável denuncia que «as condições de trabalho e de prestação de cuidados degradam-se a cada dia, com instalações ultrapassadas e falta de espaço para desenvolver a atividade em vários serviços».