A água vai aumentar, em média, 4,5 por cento no próximo ano na Guarda. Mas esta subida não terá reflexos para cerca de 60 por cento dos consumidores, enquanto as tarifas sociais serão alargadas a mais beneficiários.
Esta opção implicará menos 200 mil euros de receitas para os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento em 2009, cujo Orçamento é de cerca de nove milhões de euros – mais dois milhões que no ano em curso. Mas, para o presidente do Conselho de Administração dos SMAS, é «um mal necessário dada a actual conjuntura económica». Além dos casais com três ou mais filhos, dos pensionistas e dos munícipes portadores de deficiência que já beneficiam desta ajuda, a lista dos apoios vai incluir pessoas carenciadas, «devidamente comprovadas pela Segurança Social e que serão controladas mensalmente pelos SMAS e pelo Centro Regional», adianta Vítor Santos. As famílias monoparentais, com um ou mais filhos, os jovens casais, de idade inferior a 30 anos ou não superior, no seu conjunto, a 55 anos e os condomínios devidamente legalizados são outros dos beneficiários.
Por outro lado, cerca de 12.700 consumidores ficarão isentos deste aumento por terem gastos de água muito baixos, porque «actualizámos as tarifas nos dois últimos anos», justifica o responsável. Em 2009, os SMAS vão pagar a água cerca de 6 por cento mais cara à Águas do Zêzere e Côa, a concessionária do abastecimento na região. Por isso, a empresa aposta novamente no reforço das cobranças – há cerca de 350 mil euros de dívidas de consumidores – e na melhoria da rede, através, nomeadamente, da substituição de contadores. Será ainda adquirido um camião de desobstrução de águas residuais e criado um serviço de fugas. «O objectivo é reduzir o volume de água adquirido. Em 2008 contamos comprar 2,9 milhões de litros e no ano que vem cerca de 2,8 milhões», anuncia o também vereador.
Na última reunião do executivo, os vereadores do PSD votaram contra o Plano e Orçamento dos SMAS. «É pouco rigoroso e preocupante porque se prevê vender mais 24 por cento de água, quando os consumidores não vão aumentar. Logo, isso traduz-se numa nova subida do seu preço», criticou a vereadora Ana Manso, que também denuncia o aumento «em 27 por cento» das despesas com pessoal. Em contrapartida, «os problemas das pessoas não são resolvidos», considerou. Na resposta, Vítor Santos sustentou que os documentos previsionais foram «estrategicamente trabalhados para não afectar as famílias com consumos residuais e racionalizar a unidade». Outra preocupação é a dívida de cinco milhões à Águas do Zêzere e Côa, «cuja liquidação está repartida ao longo dos anos», revelou o administrador.
Luis Martins