O antigo edifício do BNU, na rua António Augusto Aguiar, na Covilhã, é a “casa” do novo espaço museológico da cidade-neve. O objectivo da autarquia é criar um “Grande Museu” na zona do castelo – estrutura que, segundo Carlos Pinto, deverá nascer «num dos próximos mandatos». Mas, até lá, o Museu Arte e Cultura, inaugurado no primeiro dia de Agosto, vai servir de estandarte do património do concelho. Para já, reúne mais de uma centena de peças, mas o número da colecção pode vir a crescer: um espólio «valioso» que convida os visitantes a uma viagem pelo património histórico-cultural do município.
“PATRIMONIVS” é o nome da exposição permanente do espaço museológico. A mostra está repartida por cinco andares e convida a um regresso ao passado, através dos mais diversificados testemunhos, desde a pré-história aos dias de hoje. O piso -1 está relacionado com o património histórico e arqueológico. A temática do piso 0 prende-se com o património religioso, ao passo que o primeiro andar tem a ver, inteiramente, com a pintura religiosa. A arte civil está, por seu turno, em destaque no piso 2, estando o terceiro andar reservado para a arte contemporânea. Do espólio arqueológico apresentado, o destaque maior vai para a “pedra do guerreiro”, uma peça da Idade do Ferro e para várias peças de cerâmica, numismática e ungentários da época romana.
A enriquecer a colecção, estão patentes ao público reproduções dos documentos mais significativos da história da cidade da Covilhã, como pergaminhos medievais ou testemunhos mais contemporâneos. Em exposição estão, igualmente, pinturas, esculturas e objectos de arte sacra e civil recentemente recuperadas pela Câmara, entre as quais quadros de Morais do Convento e Eduardo Malta, artistas covilhanenses. Até ao final do ano, a autarquia pretende aumentar o espólio em exposição. Encontram-se, ainda, em fase de estudo, a inventariação e restauro de várias peças. Para além disso, Carlos Pinto refere que «há notícia de peças que têm andado dispersas por vários pontos do país». Pedaços de história que a autarquia «tenciona adquirir em breve», revela. As peças agora reunidas estavam, segundo o autarca, «espalhadas» por vários locais, como a Câmara e outros edifícios municipais». A recuperação da colecção que, segundo o autarca, «detém um valor patrimonial fundamental» esteve a cargo da empresa covilhanense Sudário, especializada na recuperação de património. Construído no início do séc. XX, segundo um projecto da autoria do arquitecto Ernesto Korrodi, o edifício que acolhe o Museu albergou, até aos anos 80, o Banco Nacional Ultramarino (BNU). Com entrada gratuita, a estrutura museológica funciona de terça a sexta-feira entre as 10 e as 20 horas e aos sábados das 14 às 20 horas.
Rosa Ramos