A Liga para a Protecção da Natureza (LPN) e a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), alertaram, na véspera da abertura oficial da caça, que o novo calendário venatório põe «em risco a gestão sustentável» dos recursos cinegéticos.
As duas associações criticaram as regras definidas pelo Ministério da Agricultura, como o «aumento dos dias de caça e do limite diário de abate por caçador para algumas espécies», alegando que «violam as normas definidas pela Comissão Europeia (Directiva Aves, no que diz respeito à conservação das espécies migradoras) e a Iniciativa para a Caça Sustentável». Nesse sentido, aquelas organizações revelam ter questionado, «há mais de dois meses», a tutela sobre esta portaria e sobre o processo de revisão da actual Lei da Caça, queixando-se de não ter obtido «qualquer resposta» até ao momento. «Torna-se assim impossível saber quais as razões técnicas deste Ministério para aumentar, não só os dias de caça, como o limite diário de abate por caçador para algumas espécies», sustentaram, criticando também que a caça às espécies aquáticas (patos, galeirão e galinha-d’água) tenha sido antecipada para o passado dia 15, quando em 2007 arrancou a 2 de Setembro. O Ministério já reagiu e garantiu que a elaboração do calendário venatório teve em conta «a análise de diferentes factores, balizados pela legislação comunitária e nacional».