Já passaram pela Festa do Livro, organizada pelo jornal O INTERIOR, cerca de cinco mil pessoas. Nos primeiros quatro dias de Festa saíram das bancas para os sacos de compras perto de 1500 das 20 mil obras que as 64 editoras disponibilizaram. Nem a descida acentuada das temperaturas durante a tarde de domingo e de segunda-feira afastaou os guardenses da XVIII Beirartesanato.
Ainda antes da abertura oficial da Beirartesanato e da Festa do Livro – dispunham-se as últimas obras sobre as mesas – as pessoas já afluíam em grande número à tenda instalada junto ao antigo Convento de S. Francisco. No local, os visitantes encontram obras de vários géneros e temáticas, como história, ciência e culinária, romances, livros infantis e juvenis, poesia e, mesmo em tempo de férias escolares, diversas publicações para os mais novos manterem frescas as matérias leccionadas no último ano. A diversidade constata-se também nos autores e nos preços. Lado a lado encontram-se, por exemplo, os “velhos” “Diários” de Miguel Torga (a um euro e meio) às recentes publicações de Pedro Paixão (a três euros).
Outro dos destaques vai para as obras que a Bertrand tem nos tops das livrarias de todo o país, como “Enquanto Salazar Dormia”, de Domingos Amaral, “Viver com Fibromialgia”, de Jaime Branco, “O 7º Selo”, de José Rodrigues dos Santos e “Sócrates, o Menino de Ouro do PS”, de Eduarda Maio. No dia da inauguração, Telma e Rui Coelho, alunos do Conservatório de Música de S. José, apresentaram um recital de flauta e guitarra para as muitas pessoas que iam circulando pela Festa do Livro, que ressurgiu depois de alguns anos de interregno. Na inauguração da Beirartesanato, sábado à tarde, Joaquim Valente, presidente da Câmara da Guarda, mostrou-se «satisfeito pela forma como os expositores têm aderido. A Beirartesanato está melhor de ano para ano e este ano muito mais enriquecida com a Festa do Livro».
A boa organização dos cerca de 140 “stands” tem facilitado a circulação das muitas pessoas que, durante a semana de trabalho e com frio à noite, apreciam a variedade apresentada pelos artesãos. Para Manuel Torres, da direcção do NERGA, que organiza o certame, «esta Beirartesanato é uma demonstração de vitalidade da nossa cidade», naquele que considera «o melhor local para a Beirartesanato». O empresário espera que, até sábado, passe pelo Jardim José de Lemos «um conjunto de visitantes bastante elevado, que possa levar para outras regiões o sentir do povo da Guarda e o sentimento de que a Guarda está a desenvolver um esforço no sentido de se tornar num pólo de atracção».
Nos “stands” podem encontrar-se a bijutaria, os artigos de decoração, os produtos alimentares, as rendas e bordados de todo o país, peças de mobiliário e muitos outros objectos típicos da Beira Interior, bem como Associações e entidades do concelho da Guarda. «Há mais artesãos, maior diversidade e a qualidade também é um bocadinho diferente. Já há um requinte completamente diferente nas peças que se exibem, nos trabalhos que cada artesão apresenta, e é isso que se pretende. De certeza que esta será uma feira de referência a nível nacional», descreve Lurdes Saavedra, presidente da Pro-Raia, promotora da Beirartesanato. Uma tendência que a também vereadora da Câmara da Guarda gostaria que se mantivesse, no sentido de «melhorar não tanto na quantidade mas sobretudo na diversidade». Características que também agradam a Joaquim Valente. «Há uma nova vaga com uma componente artística e criativa, e não me repugna que em próximos anos tenhamos aqui sectores como a arte e a pintura», refere o autarca.
Igor de Sousa Costa