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«Ser campeão pela Atalaia é o ponto mais alto da minha carreira»

Cara a Cara – Entrevista

P – Esperava ser campeão logo na primeira época no comando da Atalaia do Campo?

R – No primeiro treino que orientei foi essa a mensagem que passei ao plantel, isto apesar de ter dito à comunicação social que queríamos ficar nos três primeiros lugares. Mas o nosso objectivo era mesmo ser campeões e, felizmente, conseguimos.

P – Aliás, no início da época o clube não era considerado um dos candidatos à subida?

R – É lógico que não. Nós éramos os “outsiders”, como dizia a comunicação social. Os candidatos naturais eram o Fundão, o Estreito e o Alcains – equipas que, de resto, investiram muito mais do que a Atalaia. Contudo, com o plantel que tínhamos, sempre estive consciente de que era possível chegar ao fim em primeiro lugar, tal como veio a acontecer.

P – Acha que a equipa beneficiou desse efeito surpresa?

R – Acredito que tenhamos beneficiado um pouco desse factor, porque não falaram tanto em nós. Deixaram-nos mais soltos e não sentimos a pressão que, porventura, sentiram o Alcains ou o Fundão, porque eram “obrigados” a ganhar.

P – Este é o ponto mais alto da sua carreira?

R – Claramente. Enquanto treinador principal é o ponto mais alto da minha carreira. Já tinha sido campeão distrital quando fui adjunto do Tó Real no Teixosense. Fui também campeão da IIª Divisão Distrital no Cariense e, na época passada venci o campeonato distrital de juniores na ADE. Contudo, é lógico que ser o líder e campeão distrital da Iª Divisão é o ponto mais alto do meu percurso.

P – Na próxima época já sabe se vai continuar no clube?

R – Em princípio está tudo acertado para que assim seja. Andamos a contactar jogadores e vamos tentar conseguir um plantel capaz de manter a equipa na IIIª Divisão, sabendo que é difícil, porque há equipas muito boas nesse escalão, ainda para mais nos moldes em que o campeonato se disputa. Veja-se o caso do Unhais da Serra que, na primeira fase, ficou em segundo lugar. Se não houvesse o sistema de duas fases que foi implantado este ano, teria logo subido de divisão, enquanto que o Penamacorense acabou por se manter, apesar de ter terminado em posição de descida no final do campeonato “normal”. Isto só prova que é um campeonato muito competitivo e vamos tentar arranjar jogadores para garantir a manutenção.

P – Vai ser necessária uma remodelação profunda no plantel?

R – Não. A espinha dorsal vai manter-se. É lógico que deverão sair três ou quatro jogadores e que poderão entrar outros tantos – não mais – para que a equipa não se ressinta muito. Temos um bom plantel e vamos tentar melhorá-lo.

P – Em termos de infra-estruturas, o clube oferece boas condições para se manter na IIIª Divisão?

R – O clube tem excelentes infraestruturas, das melhores que há no distrito de Castelo Branco. Temos um campo sintético e disponho de tudo o que é preciso para treinar. Existe uma direcção que apoia o clube e os jogadores a 100 por cento e, por isso, creio que temos tudo para andar na IIIª Divisão. Vamos tentar a manutenção e iremos batalhar por ela. Estamos conscientes de que vai ser difícil, porque o campeonato da IIIª Divisão não tem nada a ver com o Distrital.

P – Esta não é, no entanto, uma experiência totalmente nova, uma vez que já foi treinador-adjunto quando o Teixosense esteve na IIIª Divisão…

R – Exactamente. O Tó Real era jogador na altura e quem estava no banco era eu. Apesar de nesse tempo ser adjunto esta não vai ser uma experiência totalmente nova. Agora, é lógico que vou encontrar outras equipas e, se calhar, um campeonato mais evoluído.

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