A Paróquia de S. Miguel da Guarda mandou cortar várias árvores junto à igreja local, alegadamente por estas estarem a causar danos no muro que rodeia o edifício.
Contudo, a decisão está a dividir os moradores. Há mesmo quem garanta que a ordem terá partido do próprio pároco, «a quem não agradava o facto de muitos carros ali estacionarem no Verão, aproveitando as sombras».
Porém, Maria Branca, uma das moradoras, acredita que o corte até já «deveria ter acontecido há mais tempo». Isto porque o crescimento «exagerado» das árvores estaria a causar danos no muro e nos passeios. «Quase ia havendo um acidente com uma criança junto a um dos portões, porque as raízes arrancaram literalmente os apoios das grades», conta. «Claro que era muito mais bonito se pudéssemos ter aqui as árvores, mas se estão a estragar têm de ser tomadas medidas», defende. Outro dos moradores, que não quis ser identificado, refere, no entanto, que «partindo do princípio de que as árvores estavam a interferir com o muro, este é que deveria ser mudado, para evitar o corte», acredita. Daniel Roças é outro dos moradores que não concorda com a recente “poda”. «Não se sabe ao certo porque o fizeram ou quem o fez, não houve qualquer explicação», critica. A mesma opinião é partilhada por Mário Pires: «Com as árvores isto era muito mais bonito». Ricardo Teixeira, que também reside nas redondezas, vai mais longe e duvida que, nos próximos anos, as árvores voltem a crescer. E acrescenta: «Se era para as podar, que o fizessem devidamente. Agora fica aqui este espectáculo deplorável», atira. Clotilde Almeida também lamenta a perda das árvores: «Fazem sempre falta, sobretudo em zonas habitacionais», considera. Contactado por O INTERIOR, o padre Carlos Lourenço, da Paróquia de S. Miguel, não quis prestar quaisquer declarações: «O assunto já está tratado», limitou-se a dizer.