Há 15 anos que não se vendia uma campa na Arrifana. No cemitério da freguesia, há muito que as “vagas” tinham esgotado. Um problema que tem, agora, os dias contados. É que a população prepara-se para assistir à benção, no dia 24, de uma nova parcela de terreno.
Este alargamento, que prevê o aparecimento de 100 novas sepulturas, custou 47.500 euros. «Só as obras de ampliação, porque o terreno foi cedido pela população», adianta o presidente da Junta, Henrique Santos. «Os trabalhos começaram em Setembro de 2005 e ficaram concluídos em Outubro de 2006, mas alguns desacordos em relação aos prazos de pagamento entre o empreiteiro, a Junta e a Câmara levaram a que só agora nos tenha sido entregue a chave», revela o autarca. Desentendimentos à parte, o que é certo é que na freguesia da Arrifana fica resolvido, por ora, o problema de falta de espaço no cemitério local.
O mesmo não poderão dizer, no entanto, outras freguesias do concelho da Guarda, onde arranjar uma “vaga” pode ser um verdadeira “dor de cabeça”. Nos Trinta, por exemplo, o cemitério está quase esgotado. «Temos disponíveis apenas cinco ou seis campas», adianta o presidente da Junta. António Dionísio recorda que o último alargamento que o espaço conheceu foi há já 18 anos. «Temos um projecto para voltar a fazer obras, mas estamos dependentes da transferência de verbas por parte da Câmara», lamenta. Na freguesia, tem desaparecido «em média, uma dúzia de pessoas por ano». A este ritmo, receia, «o espaço depressa ficará lotado».
No Marmeleiro existem três cemitérios: o da sede de freguesia, o das Quintas de Gonçalo Martins e o do Penedo da Sé (anexas). Apesar da aparente “fartura”, a verdade é que, no segundo, o espaço já não é de sobra. «Apenas nos restam 10 campas», vai dizendo a presidente da Junta, Tânia Cameira. De resto, o executivo estará mesmo a equacionar, com a Câmara da Guarda, a hipótese de se partir para um alargamento. «É uma situação urgente, tendo em conta que a nossa população é extremamente idosa», considera a autarca.
Entretanto, dois dos cinco cemitérios da freguesia de Pêra do Moço estão, também, a “rebentar pelas costuras” – o de Guilhafonso e o do Verdugal. As duas anexas têm, cada uma, perto de 130 eleitores. «A situação é preocupante, porque só existem quatro ou cinco sepulturas disponíveis», contabiliza o presidente da Junta, António Saraiva. O primeiro cemitério até já tem projecto de ampliação executado. «Só falta a verba», recorda o autarca. Para o Verdugal é que ainda não há solução à vista. «É uma situação complicada, porque as pessoas querem ser enterradas na sua própria aldeia e dentro em breve isso não vai ser possível», teme.
No Rochoso, “o seguro morreu de velho”
Nos próximos «100 anos», garante o presidente da Junta do Rochoso, o problema da falta de espaço no cemitério da freguesia não se vai voltar a colocar. Porque “o seguro morreu de velho”, as obras para a ampliação do espaço estão praticamente concluídas. O alargamento vai permitir duplicar a área actual do cemitério que, segundo o autarca, já só tinha «cerca de 10 sepulturas livres». Já o cemitério de Pêga foi aumentado «há mais de dez anos», refere José Dias, que preside à freguesia. Só que, segundo o autarca, há outras situações a necessitar de solução urgente: «Já enviámos dois ofícios para a Câmara a pedir um gradeamento para evitar que as pessoas caiam e se magoem, mas não recebemos qualquer resposta e a Capela está em muito mau estado, a precisar de uma intervenção», reivindica. Em Famalicão da Serra também ainda há espaço. «Existem perto de 30 campas vagas num universo de 500», refere o presidente da Junta, António Fontes. Entretanto, há cerca de três anos, o executivo adquiriu um terreno para proceder a obras de alargamento. «A Câmara está a elaborar um projecto nesse sentido», adianta o autarca.
Rosa Ramos