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Joaquim Valente envolvido no caso do aterro da Cova da Beira

Fiscalização da polémica obra foi feita pelo actual autarca da Guarda

Joaquim Valente volta a sair chamuscado em mais um caso polémico envolvendo gente próxima de José Sócrates. Desta vez o diário “Público” recorda que uma empresa do actual presidente da Câmara da Guarda ganhou o concurso para a fiscalização das obras do aterro da Associação de Municípios da Cova da Beira (AMCB).

Trata-se da Patrício & Valente, que, segundo o jornal, ultrapassou algumas das principais empresas do ramo de todo o país e foi responsável por «relatórios essenciais à aprovação dos elevados custos adicionais que a HLC pediu para fazer a obra num local diferente do inicialmente aprovado». O “Público” lembra que Joaquim Valente foi «quase ao mesmo tempo» eleito vereador da Câmara da Guarda (em Dezembro de 1997), sendo-lhe atribuído o pelouro do Ambiente e passando a integrar a administração da AMCB em representação da autarquia. E refere que a empresa acabou por ser vendida a Armando Trindade em 1999, «quando surgiram as denúncias de corrupção no concurso do aterro e a obra estava em curso».

Trindade, que partilhava a fiscalização da obra com o antigo patrão, tinha porém uma outra relação com o empreendimento: era sócio na empresa de engenharia EFS de Carlos Santos Silva, um engenheiro muito próximo de José Sócrates, que fundara a Conegil e era um dos seus principais accionistas, juntamente com Horácio Luís Carvalho. A Conegil era a empresa de construção civil do consórcio liderado pela HLC que tinha a seu cargo a construção do aterro. «Entre 1996 e 2001 a Patrício & Valente e a EFS estiveram entre as empresas às quais o gabinete de instalações do Ministério da Administração Interna, então dirigido por António Morais, adjudicou mais contratos de fiscalização de obras da GNR e da PSP», adianta o diário. O presidente da Câmara refutou estas «insinuações», garantindo ter agido «sempre dentro da legalidade» e que «não houve conflito de interesses», pois desfez-se da empresa enquanto foi vereador a meio tempo. «É mais um triste episódio desta perseguição ao primeiro-ministro», disse.

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