Um dos mais célebres e representados autos de Gil Vicente está em cena no sábado à noite, no Cine-Teatro São Luís, em Pinhel, pela Escola da Noite – Grupo de Teatro de Coimbra.
Este “Auto da Índia” tem encenação de Rogério de Carvalho e interpretação de António Jorge, José Neves, Lígia Roque e Sofia Lobo. «É uma pérola da criação teatral contemporânea em Portugal, uma abordagem cuja profundidade e seriedade não é habitual constatar-se em muitas encenações de Gil Vicente», refere a produção. Estreado em 1509, o “Auto da Índia” é o primeiro texto teatral onde é representada uma intriga, com princípio e fim, e sua primeira farsa. É também a primeira das suas peças escrita maioritariamente em português e o primeiro auto a pôr em cena personagens femininas. O motivo é simples: o adultério. As circunstâncias “deste” adultério são as da primeira década do século XVI, quando, por detrás da glória e da fachada épica da expansão ultramarina, era já possível perceber as profundas alterações, nem todas positivas, que essa expansão estava a provocar na sociedade portuguesa.
