A Forestis – Associação Florestal de Portugal quer que o Governo crie uma comissão independente, integrando investigadores universitários, para avaliar «a real dimensão» do foco da doença do pinheiro detectado na região Centro.
«Este grupo deverá começar a trabalhar de imediato na identificação e delimitação da totalidade da zona afectada, para que se possa informar devidamente os proprietários florestais», sustenta a Forestis em comunicado. Em causa está o foco de nemátodo, causador da doença do pinheiro, detectado pela primeira vez em 1999 na Península de Setúbal e que nos últimos dias voltou a ser encontrado em pinhais no distrito de Coimbra. Para o presidente da Forestis, Francisco Carvalho Guerra, «não se compreende que, uma semana após ser tornada pública pelo ministério esta situação, ainda não existam medidas para acompanhamento aos proprietários a não ser a informação que as organizações têm veiculado localmente aos seus associados». A associação considera ainda «estranho» que a reunião entre as associações de proprietários e o director da Circunscrição da Região Centro da Direcção Geral dos Recursos Florestais (DGRF), agendada para a última terça-feira, tenha sido desmarcada.
E exige que a DGRF elabore, «no curto prazo», um plano de intervenção que evite a proliferação do nemátodo nas regiões em causa. Esse plano, sustenta, deverá incluir a prospecção no terreno, «para avaliar a real dimensão do problema», acções de informação e formação aos proprietários florestais, «para evitar a disseminação do nemátodo», e o apoio na coordenação do abate de árvores com sintomas e eventual comercialização do material lenhoso nas zonas de protecção, «para melhor compensar as perdas de rendimento».