o governo substituísse o Complemento Social do Idoso por prémios na Praça da Alegria e no Tardes da Júlia?
houvesse provas arqueológicas de grupelhos de esquerda até hoje desconhecidos na cave de Pacheco Pereira?
ANACOM multasse a professora da escola Carolina Michaelis por impedimento da liberdade de comunicação?
Hugo Chávez oferecesse apoio militar à aluna que não queria entregar o telemóvel?
o filme dessa luta fosse financiado pelo ICAM?
os organizadores de casamentos heterossexuais se sentissem discriminados nos interrogatórios das Finanças?
o plantel do Sporting se inscrevesse no programa Novas Oportunidades?
e se ainda mais facções do CDS-PP se intitulassem Via do Infante, Ponte Vasco da Gama, Estrada Florestal 476 e Caminho de Cabras?
as centenas de mortos no Tibete fossem explicadas por Pequim como intoxicações alimentares?
Jack Nicholson tivesse feito 70 anos de propósito para fazer de septuagenário no filme Nunca É Tarde Demais?
se o Público, o Expresso e o Interior passassem a ter páginas para fumadores?
O mundo não seria mais estranho nem a biologia dos ornitorrincos menos intrigante por causa disso.
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Pela primeira vez desde que escrevo esta coluna, quero expor aqui um caso flagrante de injustiça e iniquidade. Transcrevo-o tal como me foi relatado pela mãe, preocupada com a segregação a que o seu filho foi sujeito.
«O meu filho tem 16 anos e estuda na escola secundária, mas prefere manter o anonimato1. Adora a primeira trilogia do Star Wars, gosta muito de ler livros de Nuno Crato e poesia de Vasco Graça Moura. Esteve em Lloret del Mar nas férias da Páscoa e foi o único rapaz que não conseguiu ter nenhuma relação sexual com outra pessoa. Nem sequer lhe foi possível observar uma rapariga em roupa interior. Os únicos pares de seios que pôde contemplar foram os que viu atentamente no meu Macintosh. Eu estive sempre com ele lá em Lloret e bem vi como as raparigas o discriminavam e não lhe ligavam nenhuma.»
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1 Da escola, o rapaz chama-se Rodrigo Arquimedes Fagundes Vieira
Por: Nuno Amaral Jerónimo
