A Guarda foi o distrito onde se verificou menos acidentes com vítimas mortais em 2007, revela o relatório anual de sinistralidade de 2007 apresentado na passada sexta-feira. Em contrapartida, em Castelo Branco, Faro e Santarém registaram-se mais acidentes com vítimas mortais.
De acordo com o documento, da responsabilidade da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), o número de vítimas mortais no distrito albicastrense aumentou 71 por cento no ano passado relativamente a 2006. O director da Unidade de Prevenção Rodoviária, Carlos Lopes, justificou este aumento com o acidente de um autocarro na A23, em Novembro, que provocou a morte de 13 pessoas. Na Guarda o ano de 2007 ficou marcado por uma redução substancial da sinistralidade rodoviária no distrito e das suas consequências comparativamente a 2006. Por cá a Brigada de Trânsito (BT) registou 1.644 acidentes, dos quais resultaram 16 vítimas mortais, 80 feridos graves e 580 feridos ligeiros. À excepção do aumento dos feridos graves (mais oito que no ano anterior), todos os restantes indicadores diminuíram, sendo que o número de mortos baixou cerca de 40 por cento, pois houve menos 11 vítimas mortais que em 2006. Quanto aos acidentes registaram-se menos 49 sinistros.
Segundo o Núcleo de Investigação Criminal da BT da Guarda, as principais causas dos acidentes com vítimas mortais terão sido o excesso de álcool e de velocidade, as manobras perigosas e a não utilização do cinto de segurança. Já o relatório anual de sinistralidade de 2007 revela que a colisão é o tipo de acidente com maior expressão no número de mortos e feridos graves. O documento refere ainda que, no país, os jovens entre os 20 e os 29 anos de idade são as principais vítimas mortais e as que sofrem ferimentos mais graves nos acidentes, principalmente em veículos ligeiros e motociclos. Em termos gerais, no ano passado houve um total de 35.311 acidentes, menos 1 por cento que em 2006. Desses resultaram 854 mortos, mais quatro que em 2006, 3.116 feridos graves, menos 10,5 por cento, e 43.202 ligeiros, menos um por cento.
O relatório refere, igualmente, que no ano passado morreram 137 pessoas vítimas de atropelamentos, número idêntico aos de 2006. Apesar da maior parte dos acidentes com mortos ocorrerem em arruamentos, no ano passado verificou-se um aumento de 13 por cento em sinistros com vítimas mortais nas auto-estradas. Presente na apresentação do relatório, em Lisboa, o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, afirmou que o documento revela «uma consolidação dos resultados obtidos» nos últimos anos no combate à sinistralidade rodoviária. Isto é, entre 1988 e 2007 as vítimas por cada 100 acidentes diminuíram um terço e entre 2000 e o ano passado o número de mortos nas estradas diminuiu 51 por cento.
Luis Martins