Os carros abandonados na via pública têm os dias contados na Guarda. Nas últimas semanas, a PSP tem vindo a notificar os proprietários para a sua remoção, sob pena de pagarem os custos do reboque e consequente parqueamento em espaço próprio. No mínimo, a factura será da ordem dos 60 euros para os veículos ligeiros e de 120 euros para os pesados de mercadorias, valores que aumentarão consoante o tempo que o carro passar no parque da polícia. O aviso parece ter surtido efeito.
«Graças a esta primeira abordagem a maior parte destes automóveis foi retirada, pelo que, neste momento, haverá menos de 10 nessas condições», adianta o comandante da PSP da Guarda, Luís Viana, avisando que o reboque vai entrar em acção logo que se esgote o prazo da notificação. Depois, aos donos só restará abrir os cordões à bolsa, uma vez que as contas já estão feitas: «Além do reboque, o proprietário vai ter que pagar o primeiro dia do parqueamento mesmo se for levantar o carro logo a seguir, conforme resulta da lei», refere o oficial. A carência de estacionamentos na cidade, associada às queixas de alguns particulares, esteve na origem desta acção que resultou num levantamento dos carros abandonados na via pública. Ao todo, a PSP identificou cerca de 40 veículos em estacionamento abusivo, a maioria há 15 ou mesmo 20 anos.
As áreas consideradas «mais sensíveis» em termos de estacionamento são o centro da cidade, a zona histórica e os bairros residenciais, com destaque para a Estação. Mas, para Luís Viana, a situação da Guarda «não é tão grave como noutras capitais de distrito». O comandante acrescenta que, a partir de agora, estes casos vão estar debaixo de olho dos agentes, até porque a PSP também está a contribuir para evitar a degradação ambiental do espaço urbano. «Nalguns casos poderá haver coimas se se verificarem danos ambientais resultantes do estado de abandono dos carros», sublinha. Quanto aos carros que não forem levantados pelos proprietários será iniciado um processo de perca a favor do Estado, após o qual será avaliado o seu interesse para reutilização e o valor comercial. «Na maioria dos casos os automóveis são destruídos e as respectivas matrículas abatidas na Direcção-Geral de Viação», explica.
Contudo, para evitar transtornos e o pagamento das coimas correspondentes, o comandante da PSP sugere aos donos destes veículos que os ofereçam aos bombeiros da cidade, para que os voluntários os possam utilizar nos seus exercícios de desencarceramento.
Luis Martins