Escavações arqueológicas realizadas em Vilar Maior, durante obras de infraestruturas subterrâneas e de repavimentação de ruas e largos, estão a revelar dados considerados «importantes» sobre o passado daquela aldeia do concelho do Sabugal.
O arqueólogo da autarquia adianta que foram encontradas moedas, centenas de pedaços de cerâmica, artefactos líticos, sepulturas escavadas na rocha e vestígios de habitat de comunidades da Idade do Bronze e do Ferro. Segundo Marcos Osório, as escavações já efectuadas junto às ruínas da Igreja de Nossa Senhora do Castelo e no adro da Igreja Matriz revelaram «estruturas e materiais de grande importância». No largo do Pelourinho «recolhemos também grande quantidade de cerâmica medieval que, juntamente com um dinheiro [moeda] de D. Dinis, encontrado no adro da Igreja Matriz, propiciam alguns testemunhos do desenvolvimento económico e político desta aldeia durante o reinado deste monarca, após o Tratado de Alcanizes», disse.
Contudo, o que está a suscitar «maior curiosidade» são os materiais proto-históricos encontrados no adro da Igreja Matriz. Nesse local foram descobertos, nomeadamente, mós de vaivém, um machado de pedra, um pendente de colar, ossos de animais e muita cerâmica característica do período cronológico compreendido entre 1.300 a.C. e 500 a.C., que poderá estar associada a uma lareira de uma casa, descreveu. O arqueólogo não está surpreendido com a riqueza deste espólio, atendendo à antiguidade e ao valor histórico e arqueológico da aldeia. E defende que «o ideal seria o material ficar exposto no Museu de Vilar Maior ou noutras instalações com condições para poder ser visto pelo público interessado». As próximas intervenções vão decorrer na zona da antiga Judiaria, no Largo do Castelo, às portas da antiga muralha e, também, junto ao painel de gravuras rupestres pré-históricas de Vilar Maior.