Encontrar uma creche na Guarda para um filho pode revelar-se uma autêntica “dor de cabeça” para os pais. É que, ao que tudo indica, o número de infantários, privados ou Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS’s), com vagas parece ser pouco para a procura.
É o caso do “Abrigo Infantil” da Sagrada Família, na Guarda-Gare, que recebe crianças dos quatro meses aos três anos e que integra o Instituto de S. Miguel. Esta IPSS é uma das mais requisitadas na cidade e tem, actualmente, mais de 100 crianças em lista de espera. No entanto, Cristina Carvalho, administrativa naquela instituição, garante que «a grande maioria são bebés até um ano». Até porque é a creche que mais tempo está de portas abertas, sendo que funciona entre as 6h30 e as 18h30, o que leva Cristina Carvalho a acreditar que será um dos motivos de tanta procura. Esta é uma das IPSS em que existem critérios de selecção. Assim, as crianças que tenham irmãos que frequentem a instituição, pais com baixos recursos económicos e que residam próximo, têm prioridade de admissão. Quanto à mensalidade, pode chegar, no máximo, aos 160 euros, consoante o rendimento do agregado, e inclui as refeições e, a partir dos dois anos, aulas de música. O “Abrigo Infantil” é frequentado, entre creche, jardim-de-infância e ATL, por 380 crianças.
Quanto ao infantário “O Castelo”, também uma IPSS, inaugurado em 2006, tem em lista de espera de cerca de 39 crianças desde o ano passado. A educadora Helena Oliveira confirma que «fica muita gente de fora» e acredita que a situação se poderá repetir também no próximo ano lectivo, uma vez que as pré-inscrições estão abertas até Maio, altura em que é divulgada a lista com as admissões. Este infantário recebe bebés dos quatro meses aos três anos e é frequentado por 35 crianças. À semelhança do “Abrigo Infantil”, “O Castelo” cobra uma mensalidade máxima de cerca de 150 euros, «consoante os escalões» de rendimentos dos pais, explica a educadora, e funciona das 7h45 às 18h30. No Lactário Dr. Proença de Carvalho, em pleno centro da cidade, o cenário não é muito diferente. A IPSS possui creche e jardim-de-infância, sendo que, para a primeira, há 18 crianças em lista de espera para conseguir uma vaga. Quanto ao jardim-de-infância, que recebe crianças dos três aos seis anos, acolhe 56 crianças, tendo ainda quatro vagas por preencher. A creche do Lactário Dr. Proença é frequentada por 46 bebés, divididos por três salas.
Infantários com vagas
Já na creche e jardim-de-infância da Misericórdia (IPSS) nenhuma criança ficou por colocar. «Este ano ninguém ficou em lista de espera», refere Isabel Bandurra, secretária-geral da instituição. O espaço funciona das 8 às 19 horas e, à semelhança das restantes IPSS’s, a mensalidade poderá ir até um valor que rondará os 134 euros. O cenário não é muito diferente na creche de Santa Luzia, que também não tem lista de espera. O estabelecimento, que pertence ao Instituto de S. Miguel, possui uma creche e um jardim-de-infância. A primeira tem actualmente 17 bebés e a segunda 78, apesar de haver um acordo com a Segurança Social para 90 crianças. Entretanto, no próximo 10 de Março, a Creche de Santa Luzia, situada na Rua 31 de Janeiro, aumentará a sua capacidade para 35 crianças.
Também o Infantário de S. Miguel, que é privado, não apresenta lista de espera, «apesar de em 2007 ter havido», esclarece Odília Pires, a directora. A creche recebe crianças dos quatro meses aos três anos, por uma mensalidade de 150 euros, valor que inclui as refeições e a estadia, e está aberta entre as 6h30 e as 19h15. Quanto à Creche Morangos, que abriu há cerca de um mês, no centro da cidade, também ainda não tem bebés por admitir. No entanto, Sandra Costa, gerente do espaço, acredita que «isso irá acontecer dentro de muito pouco tempo». Neste caso, as pré-inscrições são feitas até Maio para bebés dos 0 aos 3 anos. Quanto à mensalidade, a responsável refere que «depende dos serviços pretendidos», dando como exemplo a natação para crianças cujo custo é de 20 euros mensais.
Jardins-de-infância públicos garantem colocação
«Não temos crianças à espera de colocação. Felizmente temos uma cobertura a 100 por cento no concelho», afirma Filomena Rebelo, responsável pela educação pré-escolar do departamento de Educação da Câmara da Guarda. No total, frequentam os jardins-de-infância do município cerca de 385 crianças distribuídas por oito jardins-de-infância, nomeadamente o da Guarda-Gare (87), Sequeira (27), Bairro da Luz (58), Bairro do Pinheiro (32), Póvoa de Mileu (35), Alfarazes (60), Lameirinhas (31) e Sé (55). Estes infantários, da responsabilidade da autarquia, recebem crianças entre os três e os seis anos e funcionam entre as 7h45 e as 18h30, sendo que este horário inclui o prolongamento. «A lei determina que o horário seja aplicado consoante a disponibilidade da maioria dos pais», justifica a educadora. Tal como nas IPSS a mensalidade é aplicada consoante os rendimentos do agregado familiar e apenas se as crianças almoçarem e tiverem horário de prolongamento, uma vez que a parte lectiva é gratuita. Assim, no mínimo a mensalidade poderá rondar, só com almoço incluído 12 euros e 50 cêntimos, ou com prolongamento e almoço 25 euros, enquanto que o máximo ronda os 90 euros com os dois serviços incluídos.
Tânia Santos