O dirigente nacional do Bloco de Esquerda (BE) Francisco Louçã, defendeu, na última terça-feira, a urgente requalificação e ampliação do Hospital Sousa Martins, após uma visita às instalações.
«O hospital da Guarda é um caso que tem sido discutido há muito tempo. Obviamente, tendo 100 anos e sendo um Sanatório a origem desta unidade, é absolutamente imperioso que haja uma construção de raiz de uma nova unidade», sustentou. Para Francisco Louça, «é necessário um novo hospital que aproveite o que se pode aproveitar das antigas instalações». Nesse sentido, o líder do BE ficou a saber os pormenores do projecto de remodelação e ampliação previsto. Fernando Girão, presidente do Conselho de Administração, que o investimento previsto é de 55 milhões de euros e criará uma unidade com 22 mil metros quadrados. O médico adiantou que o projecto de arquitectura deverá estar pronto ainda este ano para que o concurso público internacional possa ser lançado no início de 2009. «Há dinheiro no QREN, há dinheiro do capital social e estão reunidas todas as condições para que o hospital seja uma realidade», afirmou.
A visita de Francisco Louçã inseriu-se numa acção em defesa do Serviço Nacional de Saúde que o BE está a realizar a nível nacional. O também deputado defendeu um Serviço Nacional de Saúde (SNS) «sem a doença do economicismo mesquinho» que diz caracterizar a política do actual Governo.
«Tem ido por maus caminhos e criado até patologias e doenças no SNS», afirmou, apontando exemplo o encerramento de serviços e a aplicação de taxas moderadoras. «É preciso acabar com esta visão de que a saúde é um negócio, que a saúde tem que fazer lucro», acrescentou. Nesse sentido, Louçã considerou «indispensável» ter uma nova visão do serviço de saúde, que deve deixar de ser «um sistema hostil e violento para as pessoas e passar a ser um sistema amigável das pessoas». Para tal, reclamou o fim das taxas moderadoras.
Em relação ao fecho de serviços, nomeadamente os serviços de atendimento permanente (SAP´s) nocturnos, disse que o BE não aceita “o fecho ao desvario”, nomeadamente no interior do país. «É aqui que está a maior penalização das populações», observou, admitindo que «há uma perseguição ao interior com uma visão economicista e mesquinha que leva o serviço de saúde a desequilibrar-se e a desorganizar-se».