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Figueira aposta nas energias renováveis

Município assinou acordo de princípios com empresa do Grupo Martifer para a produção de energia eléctrica no concelho

A Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo aposta forte nas energias renováveis. Para o efeito, assinou na semana passada um acordo de princípios com a Eviva Energy, empresa participada do Grupo Martifer, para o desenvolvimento de projectos de produção de energia eléctrica por via hídrica, eólica e solar fotovoltaica no concelho. A parceria tem como objectivo a identificação, análise e eventual desenvolvimento de oportunidades de execução, em conjunto, de projectos de produção de energia eléctrica.

Um estudo prático da viabilidade dos projectos já está a ser desenvolvido «no terreno», ao qual se seguirá, caso o resultado seja positivo, a fase de execução, explica António Edmundo. Havendo possibilidades de execução, a Câmara será parceira na sociedade que vier a ser criada. O autarca figueirense realça que o documento assinado, com uma empresa que possui um «grande “know-how” nesta matéria», destina-se a «despoletar as potencialidades do concelho nesta vertente, sobretudo na fotovoltaica», onde está convencido que haja «mais hipóteses de sucesso». Isto porque o município dispõe de «grandes propriedades agrícolas que poderão ser aproveitadas para a colocação de painéis fotovoltaicos». Considera, de resto, que, no futuro, a energia produzida por este meio vai superar a eólica, que está dependente de um factor «instável» como é o vento. Já a fotovoltaica está «dependente da luz, nem tanto do calor», realça. As áreas preferenciais para a instalação destes painéis deverão ser o Vale do Côa, entre Figueira e Pinhel, na freguesia do Colmeal, e nas suas anexas de Bizarril, Luzelos e Milheiro, que é das zonas «mais despovoadas do país», ilustra.

Também as freguesias de Algodres, Escalhão e Vilar de Amargo oferecem «mais exposição solar», pelo que poderão ser outras hipóteses. Bastante entusiasmado com as mais-valias que esta aposta poderá gerar para o município, António Edmundo considera ser ainda prematuro avançar com uma data previsível para que o projecto possa começar a ser implementado no terreno, até porque «está dependente das quotas de produção que vierem a ser atribuídas à Martifer nos concursos que estão a ser feitos», refere. Depois de elaborada a «medição do interesse» e a catalogação em «prioridades de investimento», o autarca acredita que esta é uma aposta que será «rentável», já que o município terá «sempre uma percentagem na parceria» ou então três por cento da receita gerada. «Queremos é que o investimento exista, como já vai acontecendo um pouco por todo o distrito em termos da energia eólica», constata. É que, «à excepção das mini-hídricas, que não dão rendimento nenhum a quem cá vive, ainda não há aproveitamento de energia alternativa no concelho». Aliás, o município de Figueira possui duas mini-hídricas, mas a edilidade requer o mesmo tratamento dado à energia eólica, «onde três por cento do rendimento reverte para os municípios onde os parques estão instalados».

Ricardo Cordeiro

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