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Sinais do Tempo

Yeshua ben Yoseph, ou seja, “Jesus, filho de José”, sendo que o “nome Cristo vem do grego Χριστός (Christós)”, que significa “Ungido”. Embora tenha pregado os seus ideais apenas em regiões muito próximas de onde nasceu, a sua influência tornou-se mundial e atravessou os tempos. Morreu crucificado e os seus seguidores foram perseguidos, mas apesar de tudo o cristianismo cresceu. A mensagem atravessou os séculos e os continentes.

Desconhecemos como foi a sua infância e adolescência e em que vivências cimentou os seus ideais. A hipótese mais provável é a de que Jesus tenha trabalhado com o seu pai na arte de carpinteiro.

Combateu a hipocrisia e a crueldade para com os fracos. Sentava-se à mesa com pecadores, sempre disposto a perdoar, mesmo antes que as pessoas se mostrassem pesarosas. Para Jesus o arrependimento e a fé podiam salvar os homens.

Yeshua ben Yoseph era um revolucionário, aos olhos dos poderes instituídos na época, principalmente os religiosos. Os romanos, potência ocupante, só se preocuparam com ele quando na Páscoa judaica, o filho de José e Maria resolveu atacar as mais valias económicas resultantes dos negócios à porta do templo. Os evangelhos relatam como Jesus provocou desacatos à ordem pública, voltando as mesas dos comerciantes de moeda (negócio “sujo” que sustentava as elites), protestando vivamente. Ao que parece foi um acto de violência física isolado na sua vida. Contudo foi este evento que determinou o julgamento pelos romanos e o seu fim na cruz, como qualquer outro condenado. De pouco valeu, porque os negócios de moeda continuam e são bons para os mesmos de sempre.

É o nascimento deste homem, que todos comemoramos, mas de quem nada sabemos durante a infância e adolescência, mas que na idade adulta conseguiu desafiar os poderes instituídos, deixando mensagens que perduram. Foi Jesus um filósofo ou um politico? Foi um revolucionário ou apenas uma “operação de marketing” promovida pelos fiéis seguidores?

À volta do Natal surge o espírito de união e fraternidade, somos todos amigos, as televisões passam filmes com um final feliz ou mensagens sobre “pobrezinhos” que sofrem, damos o aperto de mão firme e desejamos boas festas mesmo a alguém que no dia a dia nos limitamos a dar um “olá”, distribuímos prendas, comemos que nem uns alarves e bebemos, claro. No dia seguinte, bom, no dia seguinte tornamos a comer e a beber e ainda conseguimos (com algum esforço) manter o espírito da quadra. Mas no dia a seguir ao dia seguinte, bom, aí volta tudo ao mesmo, que o “pessoal” tem mesmo é que fazer pela vida e cada qual que trate de si. E, claro, para o ano há mais porque isto de ser bonzinho mais de 48 horas por ano dá para desconfiar, porque até o próprio Yeshua se fartou, um dia, de tudo desculpar.

Natal é mesmo isto, e não pode ser quando o homem quer enquanto o Homem não quiser.

Boas festas.

Por: João Santiago Correia

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