A região da Serra da Estrela continua a ser um destino de eleição dos portugueses para passar o “Réveillon”. A poucos dias do Fim de Ano, a generalidade das unidades hoteleiras da zona, onde a neve constitui sempre uma atracção, não tem mais espaço para reservas. Quanto aos preços – alguns proibitivos neste tempo de crise – subiram muito pouco em relação ao ano passado, havendo também situações em que o montante não foi alterado.
No final da última semana, os hotéis localizados em plena Serra da Estrela estavam perto da lotação esgotada e as expectativas dos seus responsáveis iam no sentido dos poucos quartos disponíveis virem a ser rapidamente reservados. Na Varanda dos Carqueijais, a taxa de ocupação era de «95 por cento» para um programa de quatro noites com o custo de 630 euros por pessoa em quarto duplo, um valor «ligeiramente superior» ao praticado em 2006, indica Rui Abrantes, director da estalagem. Um preço igualmente praticado no Hotel Serra da Estrela, situado nas Penhas da Saúde, também do grupo Turistrela, onde as reservas efectuadas rondavam os «97 por cento de ocupação» para o “pack” obrigatório de quatro noites, adianta o seu director, Manuel Joaquim. Também os Chalés de Montanha têm suscitado muita procura. Do outro lado da Serra, o panorama é idêntico. O Hotel Eurosol Seia Camelo está esgotado «há algum tempo», com um programa de quatro noites a 240 euros por pessoa em quarto duplo.
Já no Eurosol Gouveia, o montante a pagar por pessoa é de 195 euros, também em quarto duplo, mas neste caso o alojamento é apenas de três noites. Na unidade da “cidade-jardim”, a ocupação era de 80 por cento, havendo ainda «sete ou oito quartos» por reservar, mas isto porque a administração «quer vender o programa completo para as três noites», explica o director dos dois hotéis, Miguel Camelo. Comparativamente ao ano passado, o programa de Seia sofreu uma subida de 10 euros, «nada de significativo», enquanto o de Gouveia manteve-se, acrescentou aquele responsável.
Ainda há quartos por reservar na Guarda e Covilhã
Na Guarda, há menos uma alternativa. É que o Hotel Turismo não organiza este ano qualquer programa de “Réveillon”, em virtude das programadas obras de remodelação. Já no Lusitânia Parque a taxa de ocupação cifrava-se nos 70 por cento, mas registou-se uma «maior adesão em relação ao ano passado», a 500 euros por pessoa num programa de três noites. Um montante que sofreu um «ligeiro acréscimo» relativamente a 2006, frisou Isabel Cardoso, assistente comercial da unidade. Quanto ao Vanguarda, tinha ainda 55 por cento da sua capacidade «disponível» no final da semana passada, com um programa de três noites a 368 euros por pessoa. Também da cadeia Natura IMB Hotels, o Hotel Turismo da Covilhã tem programas desde 413 euros por pessoa, por duas noites, e apresenta uma taxa de ocupação de 70 por cento, informou Vera Carrondo, do gabinete de imprensa do grupo hoteleiro. Ainda na “cidade-neve”, o Hotel Tryp D. Maria regista a mesma taxa de ocupação do concorrente e com os «mesmos preços do ano passado». Aqui, um programa de uma noite custa 210 euros por pessoa e duas 317 euros.
O director geral desta unidade considera que a «pouca neve tem afectado» a procura, uma vez que têm sentido «menos atractividade do que há alguns anos atrás», refere Luís Ferreira. A contrariar esta tendência surge o Hotel Turismo de Trancoso, que está «completamente esgotado há quatro meses», garante o director, Luís Cerveira. Os preços são «sensivelmente os mesmos de 2006», desde 270 euros por pessoa por duas noites. Já a Pousada Convento de Belmonte só tinha um quarto disponível no final da semana passada, com preços que vão desde os 445 euros por pessoa, em quarto duplo por duas noites, e 505 por três noites. Valores que subiram «muito pouco» em relação ao ano passado, garantiu a directora da unidade, Liliana Silva. Também do grupo Pousadas de Portugal, a Pousada Senhora das Neves, em Almeida, registava uma ocupação de «90 por cento» para um “pack” de duas noites com o custo de 365 euros por pessoa, um montante igual ao de 2006, realçou Ana Paula Almeida, directora da unidade.
Ricardo Cordeiro