Luís Aragão foi reeleito no cargo de presidente do Núcleo Desportivo e Social (NDS), da Guarda-Gare, tendo obtido 171 votos contra os 61 de António Pissarra, vice-presidente cessante. O candidato derrotado queixa-se de «irregularidades graves» no escrutínio. A diferença foi substancial, atendendo à expectativa gerada em torno deste acto eleitoral, que levou às urnas 235 dos cerca de 400 associados em condições de votar.
«Evidentemente satisfeito» com a vitória, Luís Aragão confessa que a diferença de 110 votos é «maior» do que a margem que esperava obter. Ainda assim, perspectivava que houvesse mais sócios a exercer o seu direito de voto, uma vez que «havendo duas listas, há sempre mais gente a votar». Para além dos 171 votos de Aragão contra os 61 de Pissarra, quase um terço da votação, houve ainda dois votos brancos e um nulo. De resto, o presidente reeleito considera que o resultado final «vem provar que estávamos no caminho certo e a desenvolver um trabalho válido». Apesar de terem corrido alguns rumores de que o futebol sénior poderia acabar, atendendo aos resultados negativos que a equipa vem somando na época de estreia na Iª Divisão Distrital da Associação de Futebol da Guarda, Luís Aragão sossega os mais cépticos: «Terá que haver algumas mexidas, mas acabar com o futebol sénior não está nas nossas previsões. Vamos ver se conseguimos inverter a tendência de maus resultados que temos vindo a ter até agora», realça.
Questionado se a saída de António Gregório do comando técnico da equipa poderá ser uma das alterações a efectuar, o dirigente garante que «não passa por aí», afirmando ser «ainda prematuro» falar nas mudanças a implementar. Entretanto, e tendo em conta que António Pissarra ocupava o cargo de vice-presidente responsável pelas actividades desportivas, a “pasta” vai agora ser entregue aos dois novos vice-presidentes João Prata e Abílio Capelo, duas pessoas «perfeitamente conhecedoras e com experiência» do futebol distrital, congratula-se Luís Aragão. Confrontado com a grande diferença de votos, António Pissarra é contundente: «Este resultado é uma fraude. Houve irregularidades graves perfeitamente demonstráveis», garante. Entre as alegadas falhas detectadas, o professor assegura que, em Setembro, o NDS tinha apenas 350 sócios e neste acto eleitoral 508. «Mais, houve pessoas que se apresentaram para votar com cartão, e como sócias há mais de dois anos, que não constavam do caderno», prossegue.
Contudo, e apesar de considerar que se trata de «um caso de polícia», assegura que não vai impugnar as eleições: «Tenho mais que fazer e não quero perder mais tempo com o assunto», sublinha. Aliás, garante que vai poupar «muito dinheiro e tempo» para a sua vida privada ao desligar-se do clube, voltando a realçar que contribuiu para que «muitas dívidas» fossem saldadas com as suas diligências junto de algumas empresas. António Pissarra até ironiza, dizendo que «o Pai Natal vai de férias em Janeiro». O NDS é uma Instituição Particular de Solidariedade Social, que festejou este ano as suas “bodas de prata”.
Ricardo Cordeiro