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Um mundo micro

mitocôndrias e quasares

Durante largos milhares de anos o homem viveu em contacto com o mundo desconhecido da microbiologia, sem nunca se aperceber que existia este mundo paralelo de milhares de milhões de minúsculos seres vivos. Quando a 24 de Outubro de 1632 nasceu, em Delft, uma pequena cidade holandesa de cem mil habitantes situada entre Haia e Roterdão, um bebé de nome estranho, Antony van Leeuwenhoek estava consumado o primeiro passo para o surgimento da microbiologia

Quis o destino que no espaço de apenas oito dias, em 1632, nascessem os dois mais importantes homens de Delft. Um veio ao Mundo no dia 31 de Outubro, chamou-se Johannes Vermeer e foi o segundo mais famoso pintor holandês do século XVII, depois de Rembrandt, o outro dele diz-se ter inventado o microscópio, embora haja quem atribua a paternidade da invenção a Hans e Zacharias Janssen, também holandeses, em 1590. Leeuwenhoek foi seguramente o primeiro a fazer observações microscópicas de materiais biológicos.

Desde a antiguidade já havia tentativas de reforçar a visão com o auxílio de dispositivos ópticos, como pedaços de vidros usados como lentes. A partir do século XIV, as lentes começaram a ser usadas com vulgaridade para corrigir defeitos de visão e como dispositivos de aumento. No início do século XVII surgiu o microscópio composto, constituído por uma lente objectiva e por uma ocular e, no ano de 1625 Giovanni Faber cunhou o termo microscópio. Em 1655, Hooke utiliza o microscópio composto para descrever pequenos poros e secções de rolhas, que chamou de “células”.

È por esta época que o uso do microscópio atingiu seu apogeu com Leewwnhoek. Este cientista usou os microscópios que ele próprio produziu, dotados de uma única lente, designado por microscópio simples, o que permitiu relatar deste modo as formas e comportamentos dos microorganismos. Nesses aparelhos ele observou detalhadamente diversos tipos de material biológico, como embriões de plantas, os glóbulos vermelhos do sangue e os espermatozóides presentes no sémen dos animais. Foi também Leeuwenhoek quem descobriu a existência dos micróbios, como eram antigamente chamados os seres microscópicos, hoje conhecidos como microorganismos.

Contudo, é apenas no início do século XIX, quando os microscópios de boa qualidade começaram a serem utilizados, onde se observou que os tecidos animais e vegetais são agregados de células. Esta ideia foi proposto por Schleiden e Showann em 1838, marcando formalmente o início da Biologia Celular. Esta área do conhecimento privilegia o estudo detalhado dos componentes da célula. Estes componentes são de importância vital para a vida da célula e em geral para a vida dos seres vivos (os quais são formados por células). Os componentes que dão vida à célula compreendem: a membrana citoplasmática, o núcleo, as mitocôndrias, os retículos endoplasmáticos liso e rugoso, os lisossomos, o complexo de Golgi, nucléolo, peroxissomos, centríolos, citoesqueleto e parede celular e cloroplastos, sendo estes dois últimos encontrados somente em células vegetais.

Apesar de pouco conhecido Antony van Leeuwenhoek marcou o início da descoberta de um novo mundo.

Por: António Costa

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