O projecto de ligação da A25 com a A62, a auto-estrada de Castela e Leão, na fronteira está pronto para ser posto a concurso e vai incluir um nó para servir Fuentes de Oñoro e Vilar Formoso, que não estava previsto inicialmente. Falta agora uma ligação directa à vila fronteiriça, caso contrário, quem entrar em Portugal pode nem dar pela localidade. A autarquia de Almeida já manifestou esse receio ao ministério das Obras Públicas, que está a estudar o assunto.
«Sem essa ligação, Vilar Formoso ficará menorizada relativamente a Fuentes de Oñoro, mas Portugal também vai perder porque esta é a nossa principal fronteira terrestre», considera Baptista Ribeiro. «Sabemos o que aconteceu ao comércio e serviços naquela zona. Vilar Formoso já perdeu muito nos últimos anos e pior ficará se essa ligação não acontecer», garante o presidente da Câmara de Almeida. É que o projecto actual leva o trânsito até Fuentes, ficando a fronteira marcada pelo futuro nó. «Não haverá problemas para quem sai de Portugal por causa do nó no chamado Cruzeiro, ao Alto dos Pinhos. O problema verifica-se mais para quem já o passou e, inadvertidamente, não deu por ele, mas principalmente para quem vem de Espanha e deixará Vilar Formoso para trás se nada for feito por causa do “efeito de túnel”», adianta. Por isso, esta é, assumidamente, uma «segunda luta» do município e da própria Governadora Civil da Guarda. No futuro, a fronteira ficará sensivelmente a dois quilómetros para Norte da actual.
Quanto às obras, Baptista Ribeiro refere que a imprensa espanhola tem apontado para 2009 a sua conclusão, citando o ministro do Fomento. «Mas não há nada oficial», acrescenta. Menos dúvidas tem o autarca relativamente ao uso a dar aos edifícios da velha fronteira: «O município está interessado em instalar um museu ligado ao contrabando, numa parceria com Fuentes e Vilar Formoso, mas será também um local privilegiado para se mostrar Portugal com informação turística sobre a região e o país», revela. O presidente sugere ainda a criação de uma área de serviços, destinada sobretudo ao transportista e aos viajantes, ali devendo também permanecer o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), enquanto o parque TIR deverá ser requalificado. «Um estudo da antiga Comissão de Coordenação Regional do Centro previu tudo isso, agora só depende da vontade política de criar ali uma verdadeira zona de serviços, que Vilar Formoso perdeu em parte, e que podem e devem ser localizados naquele corredor entre o nó de ligação e a vila», defende o edil.
Luis Martins