Depois de integrar durante mais de seis anos a lista de projectos da Câmara da Covilhã, a construção do Centro de Artes foi definitivamente posta de lado. Carlos Pinto assumiu-o no último sábado, na sessão solene comemorativa dos 137 anos da cidade. «A autarquia abandona a ideia pelo facto do projecto não ter sido financiado a tempo», justificou, acrescentando que há uma alternativa.
Trata-se da requalificação do edifício do Teatro-Cine, viabilizada após a Câmara ter «chegado a um acordo com a família Pina Bicho», proprietária do imóvel. Ali, o município espera criar um Centro de Congressos e o futuro Teatro Municipal da Covilhã. As obras, orçadas em cerca de sete milhões de euros, terão início «durante o próximo ano», anunciou o edil. Já o projecto é do arquitecto Miguel Correia e prevê uma sala com 600 lugares e outros três espaços mais pequenos que servirão «para “workshops” e congressos». Carlos Pinto espera ainda que o projecto seja incluído no próximo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). Esta decisão representa um ponto final na polémica construção do Centro de Artes junto à ANIL, cujo processo já se arrastava desde 2001, quando o Ministério da Cultura decidiu não financiar o empreendimento. Mas, na sua intervenção da sessão solene, o presidente anunciou mais alguns projectos. Entre eles, a aposta na habitação social, estando previstos mais «36 novos fogos», 12 dos quais na zona histórica.
O Centro de Hemodiálise também foi invocado, para dizer que irá «finalmente abrir, ultrapassados todos os problemas burocráticos». Já em matéria ambiental, o presidente assegurou que, «em 2008, todo o concelho constituirá um exemplo para o país», sem especificar porquê. Na calha está ainda a criação de três museus – Arqueológico, da Cor e da História e do Futuro, mas também o Parque Botânico da cidade, cujo projecto vai ser posto a concurso «durante o próximo ano». Outra das grandes metas de Carlos Pinto até final de 2008 será a criação de emprego. «Serão gerados 850 novos postos de trabalho até ao final do próximo ano, 200 dos quais fruto da abertura do Colégio Internacional da Covilhã», garantiu. O Dia da Cidade ficou ainda marcado pela homenagem póstuma a Artur de Almeida Campos, com o descerramento de uma placa alusiva ao fundador do Café Montalto na Praça do Munícipio. Já os Bombeiros Voluntários receberam a tão desejada auto-escada, enquanto a vila do Paúl foi presenteada com um novo quartel para os “soldados da paz” e um anfiteatro.
Rosa Ramos