Noventa e cinco por cento dos accionistas da sociedade canadiana Primary Metals, que controlava a Beralt Tin & Wolfram, empresa que explora a mina da Barroca Grande, deram, na semana passada, aval à Oferta de Aquisição Pública (OPA) lançada pela holding japonesa Sojitz Corporation. Esta operação envolveu valores na ordem dos 36 milhões de euros.
Um negócio que, segundo Fernando Vitorino, «não irá afectar a estrutura da Beralt Tin» e que é encarado pela empresa como «bastante positivo». O director-geral das Minas da Panasqueira acredita que a holding japonesa está «empenhada em assegurar as reservas necessárias para a sustentabilidade futura da mina». Isto porque, a Sojitz Corporation «não irá utilizar o minério extraído unicamente para fins comerciais, mas sobretudo para o abastecimento das inúmeras empresas que compõem a holding», adianta. Quanto aos cinco por cento dos accionistas que ficaram de fora do negócio, terão agora de colocar à venda as suas acções na Primary Metals.
Correa de Sá garantiu, na semana passada, que todos os postos de trabalho serão mantidos. De resto, o administrador mostrou-se confiante de que actual programa de investimento possa, inclusivamente, vir a ser «acelerado».
Actualmente, as Minas da Panasqueira empregam perto de 200 trabalhadores e produzem, essencialmente, volfrâmio. Nos últimos anos, as cerca de 120 mil toneladas extraídas por mês têm sido exportadas em regime de exclusividade para a multinacional alemã Osram, que fabrica lâmpadas de iluminação, cujos filamentos são feitos de tungsténio (volfrâmio). Quanto à empresa japonesa, agora detentora da mina da Barroca Grande, trata-se de uma holding sediada em Tóquio e emprega mais de 17 mil trabalhadores.