A Plataforma pelo Desenvolvimento Sustentável na Serra da Estrela (PDSSE) manifestou-se no último sábado, junto ao Pavilhão Atlântico, no Parque das Nações, por ocasião do encontro informal de ministros do Ambiente da União Europeia. Duas faixas chamaram a atenção dos governantes para os moldes «insustentáveis» que têm norteado o desenvolvimento do turismo na Serra da Estrela, uma das mais importantes áreas protegidas do país.
Nesta reunião foram debatidos temas como a seca e a escassez de água potável no planeta, pelo que os responsáveis da PDSSE alertaram para o facto da «saúde dos rios e do abastecimento de água dependem da saúde das montanhas». Nesse sentido, recordaram que a cidade de Lisboa é abastecida, maioritariamente, pelo rio Zêzere, que nasce na Serra da Estrela, e é alimentado ao longo do seu curso por afluentes que nascem noutras serranias menores. Os ambientalistas avisaram que «o turismo insustentável, a massificação, o desordenamento urbanístico, as águas residuais, o transporte automobilizado, os incêndios, entre outros, são particularmente prejudiciais para as zonas de montanha como a Serra da Estrela, com efeitos visíveis nos cursos de água ou nos solos». Entretanto, a PDSSE está a elaborar um documento de reflexão que abrange áreas como a conservação da natureza, turismo, agricultura, acessibilidades, alojamento, desenvolvimento rural, a implementar na Serra da Estrela. A ideia é tentar contrariar os «insustentáveis projectos» já existentes e previstos para o desenvolvimento turístico na região serrana.