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Coficab é pioneira na Península Ibérica

Empresa instalada em Vale de Estrela desenvolveu método inovador para produção de fios automóveis resistentes a altas temperaturas

A Coficab Portugal – Companhia de fios e cabos, sedeada em Vale de Estrela, apresentou na semana passada o projecto “crosscable”, um método inovador de produção de fios resistentes a altas temperaturas. Com esta nova tecnologia, a multinacional instalada no concelho da Guarda passa a ser pioneira a nível ibérico, sendo a segunda empresa a ser homologada pela Volkswagen, preparando-se para ser a primeira a receber igual distinção por parte da Mercedes.

João Cardoso, director de operações da Coficab, explica que a empresa instalou na Guarda uma linha de produção para esta «tecnologia de ponta» direccionada para utilizações no segmento dos motores dos automóveis, que estão sujeitos a «elevadas temperaturas», num investimento global de 2,8 milhões de euros. O responsável realçou que a fábrica está «a fazer alguma produção em pequena escala», mas apenas para aplicações em segmentos de iluminação automóvel, com os fios a serem comercializados para a Valeo e para a alemã Ella. Neste sentido, estão a decorrer negociações para cerca de 5 milhões de euros este ano «e no próximo, se tudo correr bem, podemos chegar aos 15 milhões de euros, só com este cabo», sublinhou. Graças a este método pioneiro em Portugal e Espanha, já que estes fios são produzidos apenas na França e Alemanha, a Coficab quer fazer concorrência no mercado Europeu, sendo que o “público-alvo” do novo produto são as empresas como a Delphi e a Valeo, que produzem componentes para automóveis. A Coficab é a «segunda empresa homologada pela Volkswagen», estando a «decorrer negociações na Alemanha para sermos a primeira empresa homologada pela Mercedes, que ainda não está a utilizar este tipo de fios».

O responsável salienta que a introdução do “crosscable” destina-se a «ganhar mercado e, se for possível, no ano que vem, fazer um novo investimento para uma segunda linha» em Vale de Estrela, onde o fio é produzido. Em relação às tecnologias actualmente disponíveis, o “crosscable” apresenta algumas vantagens, tanto ao nível dos custos das matérias primas, com uma redução da ordem dos «20 a 25 por cento», como a nível dos ganhos de produtividade em relação aos métodos descontínuos, químicos e físicos, usados até agora. O projecto “crosscable” foi desenvolvido por quadros da Coficab e e elementos do PIEP – Pólo de Inovação em Engenharia de Polímeros, entidade sem fins lucrativos. No total, a equipa envolveu 15 técnicos, num esforço global superior a 10 mil horas de trabalho, durante 30 meses, tendo o projecto sido apoiado pelo FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. A Coficab Portugal possui 205 trabalhadores e facturou 70 milhões de euros em 2006, integrando o grupo mediterrânico Elloumi, que tem interesses na Tunísia, Marrocos, Roménia e Egipto, além de Portugal.

Ricardo Cordeiro

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