Andrade Poço e João Abel esgrimem os últimos argumentos na corrida à presidência da Associação de Futebol da Guarda (AFG), cujas eleições decorrem sábado à noite. O primeiro quer dar continuidade ao trabalho iniciado há quatro anos, enquanto o segundo promete «fazer melhor». O escrutínio está marcado para as 20h30 na sala da AFG no Estádio Municipal.
Andrade Poço, 60 anos, assegura que só se recandidatou por não ter surgido uma candidatura que desse «continuidade» ao seu trabalho, acrescentando que, neste momento, preferiria assumir «outras funções sem tanta responsabilidade». O candidato recorda que, quando chegou à AFG, a associação estava «quase em insolvência», com um passivo «a rondar os 75 mil euros», tendo conseguido «recuperá-la financeiramente e credibilizá-la junto dos organismos locais e nacionais» durante o mandato que agora termina. O antigo presidente de “Os Pinhelenses” realça também o «forte investimento» na formação, a informatização dos serviços e a remodelação das instalações, que «mais pareciam um covil», considera. Agora, Andrade Poço quer prosseguir «o trabalho de credibilização», mas mantendo o «rigor nas despesas», através das jornadas de formação e as reciclagens «periódicas» dos árbitros. Neste sector «fulcral», o candidato admite ter tido «azar», já que os dois Conselhos de Arbitragem do seu mandato «não funcionaram bem».
Andrade Poço promete ser um presidente «a tempo inteiro» e está muito confiante: «Não tenho dúvidas que vou ser eleito. Aliás, se não fosse determinado tipo de pressões, o outro candidato não teria sequer conseguido o apoio de 25 por cento dos clubes para poder formalizar a candidatura», alega, assegurando ter havido «ameaças nalguns clubes», situações que se escusou a concretizar. Entre os nomes da sua lista, Mário Sucena, delegado do Inatel, é candidato a vice-presidente da direcção, enquanto Artur Batista concorre a secretário-geral. Agostinho Freitas candidata-se novamente à Assembleia-Geral e José Alves muda-se para a presidência do Conselho de Arbitragem. João Maia (Conselho Fiscal), José Sarmento (Conselho de Disciplina) e Manuel Rodrigues (Conselho de Justiça) completam o elenco.
Prémios monetários para clubes que apresentem candidatos a árbitros
Por seu turno, João Abel, de 61 anos, antigo jogador, treinador e dirigente da Desportiva da Guarda, também está «totalmente confiante na vitória», adiantando ter o apoio «da maior parte dos clubes, inclusive daquele que tem direito a mais votos». De resto, considera que a «primeira vitória» aconteceu quando obteve o apoio suficiente para poder concorrer, contrariando assim as previsões iniciais de Andrade Poço. Por isso, João Abel acredita que caminha «a passos largos para a segunda vitória». O candidato assegura que a sua equipa tem condições para «fazer melhor» que a actual direcção, até porque «não será muito difícil fazê-lo», e pretende começar por «incutir maior organização nas secções e nos órgãos sociais que compõem aquela casa». E responsabiliza também os dirigentes cessantes pelo facto do distrito da Guarda não ter tido qualquer clube nos Nacionais na época transacta: «Alguma coisa se passou e não acredito que tudo tenha sido feito para que o clube que ganhou o direito a subir à IIIª Divisão [União Desportiva de Seia] tivesse desistido já depois do sorteio», critica.
João Abel quer introduzir alterações no Conselho de Arbitragem, uma área «muito sensível e que não está bem», anunciando um «forte apoio financeiro e logístico» para o sector. Nesse sentido, promete prémios monetários para os clubes que apresentem novos candidatos a árbitros. Outro objectivo é promover as classificações, «de acordo com o regulamento», de árbitros de primeira e segunda categoria e de estagiários. Por já estar reformado, João Abel garante que também será presidente «a tempo inteiro». A sua lista tem Emílio Barroso para vice-presidente da direcção e Carlos Granjo para secretário-geral, enquanto João Rodrigues é proposto para presidir à Assembleia-Geral e Daniel Esteves ao Conselho Fiscal. Madeira Amaro (Conselho de Disciplina), Jorge Fonseca (Conselho de Justiça) e Carlos Carvalheira (Conselho de Arbitragem) são os restantes candidatos. Curiosamente, Daniel Soares, actual presidente deste órgão, vai na lista de João Abel como candidato a vice-presidente.
Ricardo Cordeiro