Poucos dias antes da primeira passagem pela serra, a associação Amigos da Serra da Estrela (ASE) apela à organização da Volta a Portugal em Bicicleta para que previna os impactos negativos verificados nas passagens anteriores pela montanha.
Este ano, a prova passa pela Estrela a 7 de Agosto, na terceira etapa, que termina em Gouveia, e sete dias depois, na nona etapa, que termina na Torre. José Maria Saraiva, presidente da ASE, alerta para os riscos ambientais decorrentes dos resíduos deixados pela caravana e pelos espectadores, bem como do estacionamento desordenado em zonas de vegetação protegida. «A Volta é bem-vinda e as bicicletas não nos causam problemas. O que nos preocupa é o comportamento do público e da caravana, nomeadamente das acções publicitárias, numa zona sensível do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE) e que arrasta milhares de pessoas», afirma. Entre os conselhos e sugestões, a ASE pede ao público para nunca tirar o carro para fora da estrada. «Devem procurar os locais onde a via é mais larga e estacionar na berma, para não destruir vegetação», refere, sublinhando a importância dos cervunais.
Estes prados com vegetação que só se encontra na Serra da Estrela são responsáveis por fixar o solo e a sua destruição afecta a vida natural em redor. «As pessoas podem pensar que não é grave passar por cima de alguma vegetação e, sem saberem, estão a destruir flora importante”, alertou. José Maria Saraiva apela também para que se evitem as tradicionais pinturas nas rochas, com frases de apoio aos ciclistas, e, sobretudo, que não se deixe lixo. «As caravanas publicitárias deviam evitar a largada de publicidade e a poluição sonora na zona do PNSE. Cada pessoa e entidade deve ser responsável por recolher o lixo que produz e levá-lo para as zonas urbanas onde há recolha», defende, pois «a serra não se limpa a si própria».