O Estrela de Almeida sagrou-se campeão absoluto da IIª Divisão Distrital da Associação de Futebol da Guarda, depois de, no último domingo, ter derrotado o Vilanovenses por 2-1 numa partida que teve um final bastante polémico. Reduzida a 10 homens, a formação raiana conseguiu levar o jogo para prolongamento e decidiu a contenda com o “golo de ouro”, apontado por Nilton, que só não deixou dúvidas ao árbitro assistente.
Sem competição desde 29 de Abril, os vencedores da série A e B disputaram um jogo intenso e com muita emoção, mas com pouca qualidade. A primeira jogada de perigo surgiu apenas aos 11’, com Telmo a surgir isolado frente a Óscar, que foi rápido a sair dos postes. A resposta da formação do concelho de Gouveia aconteceu aos 28 , quando Ricardo, num livre, de muito longe, acertou em cheio na trave da baliza de Nuno, completamente batido. Sem grandes ocasiões de golo, o irrequieto Telmo voltou a criar perigo aos 35 ao rematar por cima. Mas na segunda metade, o jovem avançado, que já tinha ameaçado por duas vezes, chegou mesmo ao golo. Junto à quina da grande área na direita, rematou rasteiro e cruzado para o fundo das redes, num lance em que Óscar pareceu mal batido. Contudo, volvidos dois minutos, o Almeida ficou em inferioridade numérica, pois Cruz viu o segundo amarelo. A partir daqui, o Vilanovenses apostou no ataque e foi compensado aos 70 , por intermédio de Cláudio, que aproveitou a passividade da defensiva contrária para atirar certeiro.
Apesar de jogar com menos um elemento, o Almeida continuava a criar perigo e sempre pelo mesmo homem, Telmo, que, aos 73 , forçou Óscar a boa intervenção na marcação de um livre. Apesar da vantagem numérica e de muito atacar, a formação orientada por Quim Jó não conseguia criar perigo e, já em tempo de compensação, Nélinho, após um rápido contra-ataque poderia ter acabado com a partida, mas o remate saiu ao lado. O empate registado no final do tempo regulamentar deu origem ao prolongamento e à aplicação da regra do “golo de ouro”, ou seja, quem marcasse, ganhava. Logo no primeiro minuto, Roberto, à entrada da área, rematou forte ao poste direito. Com muitos jogadores a denotarem dificuldades físicas, o Vilanovenses poderia ter terminado com a partida aos 111 , mas David, isolado frente a Nuno, voltou a acertar na trave. Até que aos 114 surgiu o 2-1 e o caso do jogo. Jogada de contra-ataque do Almeida, com Roberto, no centro da área, a fazer um remate enrolado e a bola a chegar a Nilton, que, muito perto da linha de golo, tocou de calcanhar para o fundo das redes.
A jogada motivou muitos protestos nas hostes do Vilanovenses e deixou-nos muitas dúvidas quanto à legalidade da posição do avançado. Indiferente à polémica, o Almeida festejou efusivamente a conquista de mais um troféu. No final da partida, três atletas da equipa derrotada foram expulsos, dois por protestos e um por agressão ao árbitro assistente. O trabalho do trio de arbitragem fica manchado pelo lance do 2-1. No final, José Henriques mostrou-se satisfeito com a vitória: «Esta final só dá para quem aguenta do coração. Fomos felizes ao ganharmos por “morte súbita”», afirmou, relembrando que a sua equipa não sofreu nenhuma derrota nesta temporada e que «em princípio» irá continuar no clube. Por seu turno, Quim Jó não quis prestar declarações aos jornalistas.
Ricardo Cordeiro