Com “fair-play”, é assim que o presidente do Conselho de Administração do Hospital Amato Lusitano, de Castelo Branco, reage às novidades que Correia de Campos anunciou na Guarda. Sanches Pires, que esteve presente na sessão solene, dá os «parabéns» à cidade mais alta por «ter conseguido os seus objectivos», que incluíam a manutenção da maternidade e as obras de remodelação do Sousa Martins.
Para o responsável, a Guarda «não tem culpa nenhuma na questiúncula» da formação do Centro Hospitalar da Beira Interior que estava a atrasar o arranque das obras, «que são mais que merecidas e imprescindíveis para o bom funcionamento da unidade», realçou. De resto, o director do Amato Lusitano confessa que foi «apanhado de surpresa» pela posição do ministro da Saúde e que ficou «um pouco confuso» com as novidades apresentadas. Posteriormente, e depois de analisar «mais friamente» as declarações de Correia de Campos, realça haver algo que permanece «imutável», que é o facto do projecto do CHBI continuar a ser visto como «imprescindível». «O que o ministro veio fazer foi dividir isto em duas fases», refere, aludindo à criação do Centro Hospitalar da Beira Baixa e à Unidade Local de Saúde da Guarda. É que, desta forma, a Guarda «resolve o seu problema premente» das instalações, enquanto esta alteração até «pode ter vantagens em termos do faseamento», uma vez que depois de concluídas as obras, o Hospital Sousa Martins estará em condições de integrar o CHBI, sublinha.
Se na questão da maternidade, a Guarda «tem a sua “batalha” ganha”», Covilhã e Castelo Branco terão, ao que tudo indica, de chegar a um entendimento para saber qual das duas continuará aberta. Contudo, uma coisa é certa: «Como é natural, cada um defende a sua “dama”, mas o bloco de partos do Hospital Amato Lusitano tem todas as condições para continuar a trabalhar com qualidade e segurança», garante, reconhecendo que a decisão terá agora que passar pelos Conselhos de Administração das duas unidades hospitalares e da Administração Regional de Saúde do Centro. Apesar das várias tentativas, “O Interior” não conseguiu contactar João Casteleiro, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar da Cova da Beira. Já Carlos Pinto, autarca da Covilhã, não quis falar sobre o assunto.
Ricardo Cordeiro
