Na sequência da aprovação do Orçamento Municipal da Guarda para 2025, com votos a favor dos vereadores do PG, a abstenção dos eleitos do PSD e o voto contra do representante do PS, a concelhia dos sociais-democratas, liderada por Júlio Santos, enviou às redações um comunicado para «clarificar e desmistificar alguns rumores e inverdades» sobre o futuro posicionamento político do PSD na autarquia.
Relativamente à abstenção, a estrutura local do partido diz que «não foi uma atitude inédita nem motivo para tanto brado», recordando que foram viabilizados os orçamentos dos dois primeiros anos do mandato de Sérgio Costa, tendo sido dado o «benefício da dúvida» ao executivo. «Sempre teve a “faca e o queijo” na mão, liberdade para trabalhar, mas não vimos desenvolvimento, avanço e evolução», consideram os sociais-democratas, para quem a Guarda «perde e regride» desde 2021. De resto, o PSD reitera que o orçamento do próximo ano não passa de «uma cópia grosseira de orçamentos anteriores, com promessas, como a “estrada verde” ou a alameda da Ti Jaquina».
Os sociais-democratas acusam também o atual executivo liderado pelo movimento independente “Pela Guarda” de, «não tendo sequer a capacidade para a fazer aquilo a que se propôs, vem agora repetir promessas de outros, fazendo dos compromissos do seu caderno eleitoral tábua rasa». Desde 2021 que os guardenses «têm ouvido um chorrilho de mentiras, como o PDM em seis meses, variante da Ti’Jaquina num ano e a apregoada Cidade do Desporto», criticam. Já o orçamento para 2025 é «mais um engodo dirigido à população, que resultará na já famosa e repetida desculpa de que, se não fizeram, foi porque não houve apoios». Para o PSD, um orçamento camarário deve «espelhar claramente» aquilo que um executivo conseguirá fazer «sem condicionalismos, sem rasteiras, sem subterfúgios e, principalmente, onde não se vislumbre a desculpa para a não execução pela não aprovação e a previsível vitimização subsequente».
Para a concelhia social-democrata, «uma vez que, com chumbo ou não, o executivo PG teria acesso à mesma quantidade de dinheiro, como aconteceu este ano, pomos à prova o Sr. Presidente, que, pelo menos, já demonstrou ter aprendido a reconhecer a minoria que representa até pelos bons modos com que passou a tratar a oposição», esperando que «essa aprendizagem se reflita num rasgo de competência que impulsione a Guarda para o bom caminho». No entanto, alertam para uma questão «importante», a de um «putativo recurso a empréstimo» por parte do atual executivo. Quanto a isso, o PSD é taxativo ao assumir que a viabilização do Orçamento para 2025 «em nada vincula o PSD à validação de um qualquer empréstimo» que o executivo tencione levar a efeito e «não compactuará com esse ato de ingestão e ingovernabilidade».
No mesmo comunicado, o PSD guardense ataca também o PS lembrando que «a população da Guarda tem memória, a memória de uma cidade apagada, a recordação de natais sem brilho, marcados pela triste imagem de um pequeno pinheiro num balde de plástico colocado pelo então executivo socialista no centro da Praça Velha». Tudo para concluir que, «conhecendo o passado, sabemos que somatórios de autarquias, empresas municipais e empréstimos são sinónimos de maus resultados, não queremos estar do lado daqueles que pretendem penhorar o futuro e condicionar o desenvolvimento do concelho num horizonte de décadas». O PSD local sublinha ainda que só alguém «desprovido de bom senso e respeito pelos guardenses, sem qualquer sensibilidade económica ou social, é que admitiria, algum dia, viabilizar tais empréstimos», sob pena de «levar a Guarda à ruína e à hipoteca do futuro de gerações». A terminar, os sociais-democratas voltam a criticar os socialistas por terem validado a criação da primeira empresa municipal neste mandato, «contribuindo, de forma leviana, para que o passado errante se possa repetir».