A população de Gouveia não vê com bons olhos o possível encerramento do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) local e decidiu juntar-se numa vigília nocturna promovida pela Comissão de Utentes dos Serviços Públicos de Saúde do Concelho, que reuniu cerca de 300 pessoas na passada quinta-feira.
Durante o protesto foi aprovada uma moção que vai ser enviada à Governadora Civil da Guarda e ao ministro da Saúde, acusado, nesse documento, de proferir «argumentações simplistas e redutoras», em que «tudo é transformado em euros, onde tudo se resume na necessidade da diminuição do número de profissionais de saúde e dos equipamentos». Por outro lado, os gouveenses «não compreendem, nem aceitam» que o novo Centro de Saúde, que custou mais de três milhões de euros, «esteja pronto há meses e inexplicavelmente fechado», havendo até quem pergunte «se o Governo estará à espera das eleições para o inaugurar». Aliás, na moção apela-se à população de Gouveia para que continue a «justa luta» contra o encerramento do SAP e pela abertura «imediata» do novo Centro, concluído desde Outubro passado, «com internamento e novas valências essenciais aos cuidados de saúde». De resto, Maria Emília Manta, porta-voz do movimento, recordou que o fim do SAP nocturno em Gouveia já tinha sido contestado há cerca de um ano num abaixo-assinado que reuniu «mais de quatro mil assinaturas», reclamando ainda «iniciativas enérgicas» da Câmara e da Assembleia Municipal contra essa possibilidade. Um dos gouveenses presentes na vigília foi o edil Álvaro Amaro, que afirmou continuar na expectativa «até alguém nos informar oficialmente que o serviço vai fechar». O autarca frisou também que o SAP de Gouveia apresenta «uma das taxas mais elevadas do distrito» de frequência durante a noite, daí que «mais de mil gouveenses ficarão sem consulta nocturna por ano», caso o serviço venha mesmo a encerrar, reforçou.
Ricardo Cordeiro