Sociedade

«Há mais de 2 milhões de pessoas em risco de pobreza», diz ministra da Segurança Social

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Escrito por Carlos Gomes

Despesa com sistema de Segurança Social aumentou 33 por cento em cinco anos, mas pobreza apenas recuou
0,3 por cento

A ministra do Trabalho e Segurança Social participou na sexta-feira no VIIº Encontro Distrital das IPSS, que decorreu no auditório central do Instituto Politécnico da Guarda.
Para além de Maria do Rosário Ramalho, a iniciativa contou com a presença de Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS). Durante a manhã foram debatidas algumas temáticas relacionadas com o setor social, nomeadamente a questão dos recursos humanos, estratégias de intervenção nos territórios do interior e problemáticas do envelhecimento e saúde mental. Na sessão de encerramento, Maria do Rosário Ramalho referiu que Portugal «tem mais de dois milhões de pessoas em risco de pobreza, depois de efetuadas as prestações sociais. A despesa pública com o sistema de Segurança Social aumentou 33 por centp nos últimos 5 anos, mas a pobreza apenas recuou 0,3 por cento. Um fator que deve preocupar todos e, sei que preocupa, em especial, as instituições do setor social e solidário».
A ministra da Segurança Social salientou que «existe também um número crescente de pessoas em situação de sem abrigo e, contrariamente ao que se diz, não estão todas concentradas em Lisboa e Porto, estão muito dispersas pelo país e temos de ter resposta para elas». Outro problema tem a ver com um índice de fecundidade muito baixo. «Portugal não consegue ter nascimentos e os jovens não se querem fixar aqui. Vão para fora procurar melhores condições de vida e de trabalho noutros países, o que significa que, com probabilidade, vão constituir lá longe as suas famílias», sublinhou.
Um cenário que é «ainda mais grave no interior do país, o fenómeno de despovoamento e envelhecimento da população é evidente, também com os jovens a sair», referiu a governante.
Maria do Rosário Ramalho assumiu que «existe algum desgaste das instituições do setor social e dos seus profissionais por uma razão muito simples, há uma crescente procura de respostas sociais e não houve uma atualização dos valores dessas mesmas respostas. Temos de nos preparar para as populações mais envelhecidas. A importância de mais ERPI’s, mas também gostaria que nos tivéssemos de preparar para a necessidade de mais respostas de creches, as duas coisas deveriam andar a par, mas nem sempre é assim». O encontro contou com a participação das IPSS da Guarda, de Viseu e Castelo Branco.

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Carlos Gomes

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