A ministra do Trabalho e Segurança Social participou na sexta-feira no VIIº Encontro Distrital das IPSS, que decorreu no auditório central do Instituto Politécnico da Guarda.
Para além de Maria do Rosário Ramalho, a iniciativa contou com a presença de Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS). Durante a manhã foram debatidas algumas temáticas relacionadas com o setor social, nomeadamente a questão dos recursos humanos, estratégias de intervenção nos territórios do interior e problemáticas do envelhecimento e saúde mental. Na sessão de encerramento, Maria do Rosário Ramalho referiu que Portugal «tem mais de dois milhões de pessoas em risco de pobreza, depois de efetuadas as prestações sociais. A despesa pública com o sistema de Segurança Social aumentou 33 por centp nos últimos 5 anos, mas a pobreza apenas recuou 0,3 por cento. Um fator que deve preocupar todos e, sei que preocupa, em especial, as instituições do setor social e solidário».
A ministra da Segurança Social salientou que «existe também um número crescente de pessoas em situação de sem abrigo e, contrariamente ao que se diz, não estão todas concentradas em Lisboa e Porto, estão muito dispersas pelo país e temos de ter resposta para elas». Outro problema tem a ver com um índice de fecundidade muito baixo. «Portugal não consegue ter nascimentos e os jovens não se querem fixar aqui. Vão para fora procurar melhores condições de vida e de trabalho noutros países, o que significa que, com probabilidade, vão constituir lá longe as suas famílias», sublinhou.
Um cenário que é «ainda mais grave no interior do país, o fenómeno de despovoamento e envelhecimento da população é evidente, também com os jovens a sair», referiu a governante.
Maria do Rosário Ramalho assumiu que «existe algum desgaste das instituições do setor social e dos seus profissionais por uma razão muito simples, há uma crescente procura de respostas sociais e não houve uma atualização dos valores dessas mesmas respostas. Temos de nos preparar para as populações mais envelhecidas. A importância de mais ERPI’s, mas também gostaria que nos tivéssemos de preparar para a necessidade de mais respostas de creches, as duas coisas deveriam andar a par, mas nem sempre é assim». O encontro contou com a participação das IPSS da Guarda, de Viseu e Castelo Branco.
«Há mais de 2 milhões de pessoas em risco de pobreza», diz ministra da Segurança Social
Despesa com sistema de Segurança Social aumentou 33 por cento em cinco anos, mas pobreza apenas recuou
0,3 por cento