Uma cidade e um rio, uma avenida com árvores e canteiros, um parque cheio de esplanadas e relva, um barco a caminho de um sonho, uma frase que nos simboliza, uma ideia que nos levanta, uma e um que se gostam num quarto, um rio limpo e um barco, um parque natural a nascer da selva, uma cidade com um parque à beira do rio.
O encanto destes lugares comuns, destes chavões de bem-estar, surge em romances, em cartas de amor, em literatura de cordel, e nós gostamos. Há com facilidade um rio, uma imagem de água azul sem ondas e é mais vulgar não ter surfistas, nem banhistas, nem nudistas. Há um rio principal na tranquilidade e há muitos rios que cortam cidades, e as afogam aqui e ali, e as pessoas não querem tirar a água dali. E há calma e há namoro mesmo quando sós, olhando a água que desce para a foz. E disto se faz o blues, e de harmónicas longe e assobios distantes e de letras espirais e guitarras em sustenidos e bemóis e em sétimas e quintas maiores, ou menores, lá se fazem aqueles sons intemporais. Main River é a cor do Blues, and we love you baby…
Por: Diogo Cabrita
