P – A Feira Farta cumpre a oitava edição. O que vai estar em destaque este ano?
R – Nesta oitava edição da Feira Farta, temos o prazer de destacar três tesouros emblemáticos do nosso artesanato local: a Cestaria de Gonçalo, o Cobertor de Papa de Maçainhas e as Facas de Verdugal. Estes produtos são autênticos embaixadores da nossa cultura e tradição, refletindo o talento e o saber-fazer ancestral das nossas gentes. Além disso, a feira contará com a participação das 43 freguesias do concelho, trazendo consigo mais de 1000 produtos endógenos, desde hortícolas frescos a doces típicos como a bola parda e os biscoitos. A animação cultural será igualmente um ponto forte, com 23 grupos locais a proporcionarem música, dança e outras manifestações artísticas ao longo dos dois dias do evento. Em suma, este ano, a Feira Farta será uma celebração ainda mais rica e diversificada do que de melhor se produz e do saber-fazer na nossa terra.
P – Quais são as expetativas para esta edição e os objetivos do certame?
R – As expetativas para esta oitava edição da Feira Farta são extremamente elevadas e positivas. Estamos confiantes de que será a mais participada e rica até à data, tanto em número de expositores, como no impacto económico e social. Esperamos receber milhares de visitantes, não só do concelho da Guarda, mas também de outras regiões, que terão a oportunidade de conhecer e adquirir o vasto leque de produtos que as nossas 43 freguesias têm para oferecer.
O principal objetivo do certame é valorizar e promover os produtos endógenos das gentes do nosso concelho. Queremos dar palco aos nossos estoicos e dedicados quatrocentos produtores locais, proporcionando-lhes uma plataforma onde possam expor e comercializar os seus produtos, desde os hortícolas frescos às iguarias tradicionais como a bola parda, passando pelo mel, azeite, licores e artesanato. único como a Cestaria de Gonçalo, o Cobertor de Papa de Maçainhas e as Facas do Verdugal.
Pretendemos, desta forma, dinamizar a economia local, estimulando o consumo de produtos regionais e fortalecer as redes de abastecimento. Ao incentivar a compra direta ao produtor, estamos a promover a sustentabilidade económica dos agricultores das comunidades rurais e a contribuir para a fixação da população nas nossas freguesias.
Outro objetivo fundamental é fortalecer os laços entre o mundo rural e urbano, criando um espaço de encontro e partilha onde as tradições, saberes e sabores se conjugam. A animação cultural, assegurada por 23 associações e grupos locais, oferece uma programação diversificada que inclui concertinas, grupos de cantares, ranchos folclóricos, bombos, cavaquinhos e fanfarras. Desta forma, proporcionamos momentos de convívio e entretenimento para todas as idades, valorizando o nosso património cultural imaterial.
Além disso, a Feira Farta visa promover o turismo no concelho, atraindo visitantes que poderão descobrir não só os produtos endógenos, mas também ficar e aproveitar as nossas paisagens, património histórico e a hospitalidade das nossas gentes. Com iniciativas como o Espaço Criança e a oferta gastronómica rica em especialidades regionais, queremos que a Feira Farta seja uma experiência integral e memorável para todos os que nos visitam.
P – A gastronomia é outro atrativo importante nesse fim de semana. O que vamos poder degustar na feira?
R – A gastronomia é, foi e será, sem dúvida, um dos pontos altos da Feira Farta e este ano não será diferente. Os visitantes terão a oportunidade de deliciar-se com uma ampla variedade de especialidades culinárias que refletem a riqueza e a diversidade dos sabores do nosso concelho. As Associações e Bairros da Cidade continuarão a ser responsáveis pela área de restauração, proporcionando ementas recheadas de pratos típicos que celebram a nossa identidade gastronómica.
Entre as iguarias disponíveis, destacamos a Carne de Vaca Jarmelista, um dos ex-líbris da nossa região. Esta carne, conhecida pela sua qualidade excecional e sabor inconfundível, será preparada de diversas formas tradicionais que certamente encantarão os paladares dos visitantes. É uma oportunidade única para saborear um produto autêntico e genuíno, resultado do saber-fazer dos nossos produtores locais.
Além da Carne Jarmelista, a feira oferecerá uma variedade de outros pratos tradicionais como o caldo de grão, os enchidos e o tradicional queijo da serra e tantas outras iguarias confecionadas com os nossos produtos endógenos mais genuínos. Para os amantes de doces, não faltarão as famosas bolas pardas, os biscoitos de azeite, as filhoses e os coscoréis, delícias que fazem parte da nossa doçaria tradicional e que são confecionadas segundo receitas ancestrais, transmitidas de geração em geração. Estes doces refletem a simplicidade e a autenticidade dos sabores da nossa terra.
Acompanhando estas iguarias, haverá uma seleção dos nossos vinhos regionais, incluindo os tintos encorpados e os brancos aromáticos, produzidos nas encostas da Beira Interior. Os visitantes poderão ainda degustar licores artesanais, como o de marmelo ou de cereja, e a tradicional jeropiga, perfeitos para deleitar o espírito.
P – A que se deve, na sua opinião, o sucesso da Feira Farta?
R – O êxito da Feira Farta assenta em vários fatores que, em conjunto, tornam este evento único e cativante. Em primeiro lugar, a feira é um espelho fiel da riqueza e diversidade do nosso concelho. Ao reunir as 43 freguesias, conseguimos trazer para o centro da cidade a autenticidade dos nossos produtos endógenos e a singularidade do nosso artesanato, como a Cestaria de Gonçalo e o Cobertor de Papa de Maçainhas.
A envolvência das freguesias e da comunidade é outro fator determinante. Os produtores, artesãos e associações locais participam de forma alegre, sentindo a feira como uma extensão das suas próprias freguesias e localidades. Esta dedicação reflete-se na qualidade dos produtos apresentados e no acolhimento caloroso que oferecem a quem nos visita.
Acredito também, verdadeiramente, que a autenticidade e a genuinidade do evento e das nossas gentes são aspetos que cativam quem nos visita. A Feira Farta não é apenas um mercado; é uma celebração da nossa identidade, onde os visitantes podem aproximar-se das nossas raízes, conhecer as histórias por detrás dos produtos e sentir a essência da vida no nosso concelho.
O sucesso da nossa Feira Farta deve-se à harmoniosa combinação entre a riqueza dos nossos produtos, o envolvimento comunitário, a diversidade de experiências oferecidas e a dedicação em promover o que de melhor a Guarda tem para oferecer.
P – A Câmara da Guarda já apurou o impacto, em termos económicos e de visitantes, que a Feira Farta tem na cidade e junto dos produtores locais?
R – A Feira Farta tem-se afirmado como um evento de grande relevância para o nosso concelho, gerando impactos positivos económicos e sociais. As experiências dos anos anteriores permitem-nos afirmar que a feira contribui de forma muito significativa para a dinamização da economia local.
Observamos um aumento notável no fluxo de visitantes durante os dias do certame, o que se traduz num acréscimo de vendas dos produtores locais e num impulso para os setores da restauração, hotelaria e comércio em geral. Os produtores têm-nos reportado que a feira é uma oportunidade única para divulgar os seus produtos a um público mais vasto, estabelecendo novos contactos e redes, fidelizando clientes.
Além disso, a Feira Farta promove a visibilidade da Guarda como destino turístico, gastronómico e cultural, atraindo visitantes de diversas regiões do país e até do estrangeiro. Este afluxo de pessoas gera um excelente ambiente na cidade, estimula a atividade económica e fortalece o sentimento de orgulho na nossa comunidade.
Estamos empenhados em continuar a monitorizar o impacto da feira, não só em termos quantitativos, mas também qualitativos. Pretendemos realizar estudos mais aprofundados que nos permitam medir o retorno económico para os produtores e para a cidade, identificando áreas de melhoria e oportunidades de crescimento.
Acreditamos que a Feira Farta é um catalisador importante para o desenvolvimento económico do concelho, valorizando os nossos recursos endógenos e contribuindo para a sustentabilidade dos produtores locais. Continuaremos a investir neste evento, certos de que os seus benefícios se refletem no bem-estar dos nossos munícipes e na projeção positiva da Guarda a nível regional e nacional.
P – Passados 8 anos desde a sua criação, faz sentido repensar o modelo da Feira Farta? O que pode mudar para melhorar a iniciativa?
R – Com o passar de oito edições, é natural que nos questionemos sobre como podemos evoluir e aprimorar a Feira Farta. Embora o evento continue a ser um sucesso e seja a referência na promoção dos nossos produtos locais, acreditamos que a inovação é essencial para manter o seu dinamismo e relevância.
Uma das possibilidades que estamos a considerar é a introdução de novas componentes que enriqueçam a experiência dos visitantes e dos expositores. Por exemplo, poderíamos integrar atividades formativas como workshops e seminários sobre agricultura sustentável, técnicas artesanais ou empreendedorismo rural. Isto não só agregaria valor educativo ao certame, como também poderia atrair um público mais diversificado e interessado em aprofundar conhecimentos.
Outra área de melhoria passa pela digitalização da Feira Farta. A criação de uma aplicação móvel dedicada poderia facilitar a interação dos visitantes com o evento, disponibilizando informações sobre os expositores, programação cultural, mapas interativos e até a possibilidade de efetuar compras online dos produtos em exposição. Esta ferramenta tornaria a feira mais acessível e moderna, respondendo às tendências atuais de consumo.
A sustentabilidade ambiental é outra preocupação que queremos aprofundar. Implementar medidas ecológicas, como a redução do uso de plásticos e a gestão eficiente de resíduos, reforçaria o nosso compromisso com o meio ambiente e alinharia a feira com as melhores práticas sustentáveis.
Por fim, estamos abertos a fortalecer as parcerias com entidades regionais (como é o caso da Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior ou outras), nacionais e até internacionais, de modo a trazer novas perspetivas e oportunidades para os nossos produtores. Isto poderia incluir a participação de expositores de outras regiões, intercâmbios culturais e comerciais, e a criação de redes de colaboração que beneficiem todos os envolvidos.
Acreditamos que repensar e inovar o modelo da Feira Farta é não só desejável, mas necessário para manter a sua vitalidade e impacto positivo. Mantendo sempre a essência que a caracteriza – celebrar as nossas tradições, produtos e cultura.
P – Nas últimas edições, os participantes têm pedido que a Feira Farta seja feita duas vezes ao ano e durante mais dias. É possível?
R – Agradecemos profundamente o entusiasmo e o carinho que os nossos munícipes e visitantes demonstram pela Feira Farta. O facto de haver esse desejo de ampliar a frequência e a duração do evento é um sinal claro do seu sucesso e da importância que tem para o nosso concelho.
A possibilidade de realizar a feira duas vezes ao ano é uma proposta que nos enche de regozijo, mas que requer uma análise cuidadosa. A organização da Feira Farta envolve um esforço significativo financeiro, de logística, de coordenação e recursos humanos, tanto por parte da autarquia, das freguesias e dos produtores locais e das associações envolvidas. É essencial garantir que cada edição mantenha a qualidade, diversidade e autenticidade que caracterizam o certame.
Realizar o evento duas vezes por ano poderia representar um desafio para os produtores, que necessitam de tempo para preparar os seus produtos, especialmente os agrícolas, que estão sujeitos aos ciclos naturais das colheitas. Além disso, parte do encanto da feira reside na expetativa e preparação que antecedem o evento anual, tornando-o um momento especial no calendário do concelho.
Quanto à extensão da feira por mais dias, estamos abertos a considerar essa possibilidade. Prolongar o evento poderia permitir que mais visitantes tivessem a oportunidade de participar e desfrutar das atividades e que os expositores pudessem alcançar um público ainda mais vasto. No entanto, é importante assegurar que a dinâmica e a energia da feira se mantêm ao longo de todo o período, evitando que haja dias com menor afluência ou menor oferta.
Estamos atentos e ouvimos as sugestões da população e dos participantes. Vamos propor que, após esta edição, façamos uma avaliação conjunta com os produtores, as freguesias, as associações e visitantes para analisar o impacto e a viabilidade de ajustar o formato da feira.
P – Qual é a importância do setor agrícola na economia local, sendo que no concelho da Guarda predomina a pequena agricultura e de cariz familiar?
R – O setor agrícola é uma base da economia do nosso concelho, especialmente devido à prevalência da pequena agricultura familiar. Estas explorações agrícolas de dimensão reduzida são fundamentais para a sustentabilidade económica e social das nossas comunidades rurais. Elas asseguram a produção de endógenos de qualidade, preservam as tradições e os saberes ancestrais, e contribuem para a diversidade que caracteriza a Guarda.
A pequena agricultura familiar desempenha um papel crucial na fixação da população nas zonas rurais, combatendo o despovoamento e promovendo a coesão territorial. Ao gerar emprego e rendimento para as famílias, este setor ajuda a manter vivas as nossas freguesias, dinamizando o comércio local e outras atividades económicas associadas, como o artesanato e o turismo rural.
Além disso, a agricultura familiar é essencial para a gestão sustentável do território. Os agricultores locais têm um conhecimento profundo da terra e praticam uma agricultura mais amiga do ambiente, contribuindo para a preservação da paisagem natural, da biodiversidade e dos recursos hídricos. Isto é particularmente importante numa altura em que as questões ambientais e as alterações climáticas são desafios prementes.
A autarquia reconhece a importância deste setor e está empenhada em apoiar e valorizar a pequena agricultura familiar. Iniciativas como a Feira Farta são exemplo disso, proporcionando uma plataforma para os produtores locais divulgarem e comercializarem os seus produtos, aumentando a sua visibilidade e criando novas oportunidades de negócio.
No entanto, estamos a trabalhar para diversificar a base económica do concelho. A diversificação económica impulsionada pela Plataforma Logística e pelo Porto Seco estimulará a inovação e a transferência de conhecimento, criando um ecossistema favorável ao empreendedorismo e ao desenvolvimento tecnológico. Isto vai permitir reter os nossos jovens talentos e atrair profissionais mais qualificados, enriquecendo o capital humano do concelho. A Plataforma Logística da Guarda, já conta com 200 lotes, e muitos investimentos realizados, sendo uma peça-chave nesta estratégia de diversificação. Estas infraestruturas posicionam-nos como um importante hub logístico, tirando partido da nossa localização geográfica estratégica, próxima da fronteira com Espanha e servida pelas principais vias rodoviárias e ferroviárias, incluindo as linhas da Beira Alta e da Beira Baixa. A Plataforma Logística da Guarda tem o potencial de atrair empresas nacionais e internacionais, impulsionando os setores secundário e terciário. No nosso mandato já foram criados cerca de 1000 postos de trabalho, parte deles qualificados e temos dinamizando a economia local, ao ponto de os empresários terem dificuldades em arranjar trabalhadores para a manutenção e crescimento das suas empresas.
P – Que medidas e recursos disponibiliza a Câmara da Guarda para apoiar os agricultores e criadores do concelho?
R – A Câmara da Guarda tem consciência do papel essencial que os agricultores e criadores desempenham na economia e na identidade do nosso concelho, especialmente no contexto da agricultura familiar. Por isso, temos vindo a desenvolver várias medidas destinadas a apoiar e fortalecer o setor agrícola e pecuário, ajudando os produtores a enfrentar os desafios atuais e a melhorar as suas condições de trabalho.
Uma das nossas principais medidas é a organização de eventos como a Feira Farta, que proporciona uma plataforma crucial para a promoção e venda dos produtos agrícolas e pecuários. Este certame, que reúne todas as freguesias do concelho, oferece aos produtores uma oportunidade única de divulgar os seus produtos, criar redes de contactos e, acima de tudo, aumentar as suas vendas. Trata-se de uma aposta clara na valorização dos produtos endógenos e no estímulo ao consumo local.
O nosso Executivo Municipal, passou das palavras aos atos e decidiu agir ajudando financeiramente os agricultores e os nossos criadores de raças autóctones e não autóctones da Guarda, oferendo um apoio anual de mais de 40 mil euros. Serão sempre apoios simbólicos, mas representam um sinal da nossa preocupação com os nossos agricultores numa altura em que o setor precisa de ser mais apoiado, onde o seu papel na prevenção contra incêndios deve ser oficialmente reconhecido.
Os nossos produtores são os defensores das tradições e das raças bovinas, caprinas e ovinas que nos distinguem a nível nacional e valorizam o nosso território.
Como Executivo Municipal fomos os primeiros em dar este apoio financeiro para dinamizar a produção das nossas raças autóctones.
Além disso, a autarquia tem estabelecido parcerias com associações locais como a Acriguarda, Agroguarda e outras entidades do setor agrícola e pecuário, promovendo ações de formação e capacitação para os nossos produtores. Estas formações incluem boas práticas agrícolas, gestão sustentável dos recursos, inovação tecnológica no campo e diversificação das produções. O objetivo é dar aos agricultores e criadores as ferramentas necessárias para melhorarem a sua produtividade e aumentarem o valor acrescentado dos seus produtos.
Estamos também a trabalhar no Centro de Exposições de Gado, que será construído na Quinta da Maunça, num terreno cedido pela autarquia à Acriguarda. Este espaço será vital para a promoção das raças autóctones e para o fomento da pecuária de qualidade, permitindo a realização de feiras, concursos e leilões, o que fortalece a economia pecuária da região e dá maior visibilidade aos criadores locais.
Estamos comprometidos em criar as condições necessárias para que os agricultores e criadores do concelho possam crescer, inovar e prosperar. Seja através de infraestruturas, formação, promoção de produtos ou apoio financeiro, a nossa prioridade é continuar a valorizar e fortalecer o setor agrícola e pecuário, garantindo que este permaneça um pilar sólido da economia e da cultura do concelho da Guarda.
P – É um projeto antigo e o respetivo contrato foi celebrado em 2022. Como está a construção do Centro Operacional Agrícola na PLIE? Quando é que poderá entrar em funcionamento?
R – O Centro Operacional Agrícola previsto para a Plataforma Logística é um projeto estratégico que temos vindo a desenvolver com grande empenho, reconhecendo o seu potencial para impulsionar o setor agrícola no nosso concelho e na região. O nosso Executivo Municipal ofereceu todas as condições ao nosso alcance, agora cabe à Agroguarda desenvolver e trabalhar para o sucesso do projeto. Estamos conscientes da importância deste projeto para a dinamização económica do concelho e para a valorização dos produtos agrícolas locais.
Agradecemos à Agroguarda e aos produtores envolvidos pelo trabalho realizado, e reafirmamos o nosso compromisso em trabalhar em parceria para o desenvolvimento sustentável e próspero da Guarda.
P – Tem defendido a implementação de sistemas de regadio no concelho. Como está esse projeto e que zonas do município serão beneficiadas?
R – A implementação de sistemas de regadio no concelho da Guarda é uma das nossas prioridades estratégicas para garantir o desenvolvimento sustentável do setor agrícola. Sabemos que o acesso à água é essencial para melhorar a produtividade e a rentabilidade das explorações agrícolas, especialmente num contexto de alterações climáticas, onde os períodos de seca são cada vez mais frequentes.
Neste momento, o projeto encontra-se numa fase de planeamento e estudo técnico. Estamos a trabalhar com especialistas e entidades competentes, incluindo o Ministério da Agricultura, para identificar as melhores soluções e garantir que o projeto seja sustentável a longo prazo.
A barragem do planalto de Videmonte é primorosa para o futuro do abastecimento de água em toda a região, que será o uso principal.
Sendo um aproveitamento de fins múltiplos, devemos também catapultar o sistema de regadio, bem como a produção de energia elétrica. Projeto reconhecido pelo Ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, na sua visita à inauguração do Wine Fest deste ano, mas também pelo Ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida.
O Plano de Revitalização do Parque Natural da Serra da Estrela surge como um pilar central de uma estratégia inovadora para a gestão sustentável da água e o desenvolvimento agrícola, integrando o uso eficiente dos recursos hídricos. Este plano, que inclui os sistemas de regadio do Vale do Mondego, do Vale do Zêzere, a Barragem da Ribeira do Massueime, a Barragem da Ribeira das Cabras e a Barragem do Luzelo, e posiciona-se como um motor de transformação na gestão da água, garantindo que o concelho da Guarda e a Serra da Estrela se adapte e prospere face aos desafios atuais e futuros.
Esta área de atenção estratégica será o apoio às zonas mais vulneráveis à agricultura de sequeiro, onde a disponibilidade de água de qualidade tem sido um fator crítico para a sustentabilidade das explorações agrícolas. Ao introduzirmos sistemas de regadio nestas áreas, reduziremos significativamente o risco associado às variações climáticas, proporcionando uma maior estabilidade económica aos produtores locais. Esta medida fortalecerá a resiliência das comunidades agrícolas e garantirá a sustentabilidade da agricultura no concelho, mesmo em cenários adversos.
Estamos igualmente comprometidos em captar fundos comunitários e nacionais que financiem esta infraestrutura essencial. Avançaremos com candidaturas ao Plano Nacional de Regadios, conscientes de que este projeto representa uma verdadeira mais-valia para o concelho da Guarda. Não só reforçará a capacidade dos agricultores em enfrentar os desafios climáticos, como também atrairá novos investimentos para o setor agrícola, estimulando a criação de emprego e promovendo o desenvolvimento sustentável de toda a região.
P – Qual o orçamento da Feira Farta de 2024?
R – O Orçamento ronda os 150 mil euros, sendo que o apoio pecuniário simbólico aos produtores para financiar as suas despesas de participação foi reduzido este ano, dado o chumbo do orçamento municipal e do empréstimo para investimentos nas freguesias pela oposição, reduzindo as verbas disponíveis da Câmara Municipal.
Neste ano também tivemos de reduzir a publicidade dado o chumbo do orçamento. Lamentamos que este ano a divulgação da imagem da Feira Farta e da Guarda foi também condicionada e não será tão forte como em anos anteriores. Todos sabemos que a autarquia promove fortes campanhas de comunicação e divulgação a nível nacional que destacam o papel central dos produtores e das freguesias na Feira Farta, valorizando os seus produtos e incentivando a população a conhecer e a apoiar os produtores locais. Este reconhecimento público reforça o orgulho das comunidades e estimula a sua participação.
P – Quantos visitantes poderão passar pela edição deste ano (estimativa)?
R – É sempre muito difícil fazer uma previsão, mas serão com certeza muitos milhares de pessoas. Este é um evento que mexe com todas as freguesias do concelho da Guarda e que envolve muitas centenas de pessoas na sua organização, consequentemente é também um evento muito acarinhado pelos guardenses e por quem nos visita nesse fim-de-semana. Sabemos que o programa desta edição é um pouco diferente do que habitualmente propomos, mas as circunstâncias assim o exigiram. Apesar disso, temos a certeza que o público não irá faltar a esta Feira Farta.