Escreveu-se n’ “O Interior”, de 13 de Abril de 2006, sobre a culinária, sua confecção e divulgação, através de programas televisivos, em Portugal e Espanha. Hoje o nosso Canal 2, da RTP, transmite aos domingos, às 19h15, o programa intitulado “Entre Pratos”, apresentado por um jovem cozinheiro que faz os possíveis para ser simpático e operacional, mas que tem que corrigir alguns defeitos. Por exemplo, num dos programas bebeu cerveja pela garrafa, quando o poderia ter feito num copo e assim publicitar a mesma, era muito mais decente. (…) O mais chocante aconteceu no passado domingo, em que a visitante ou convidada tinha mais vontade de falar em sexo do que ver a confecção culinária. No final, a cara desta senhora já apresentava suor, talvez pelo calor do forno. Assim não vamos lá! Há que ter cuidado nos convites. Por outro lado, o realizador tem que fazer os possíveis para que a imagem preencha por completo os ecrãs dos televisores em toda a sua amplitude, pois muitos telespectadores têm nas suas cozinhas televisores de tamanho reduzido. O som de fundo deve também ser o mais baixo possível ou eliminado, pois o que interessa é ouvir a voz do chefe, o trabalhar das pequenas máquinas auxiliares, assim como o simpático som de fritar ou estrugir, como se diz por cá. Não tem interesse focar o chefe enquanto ele explica sem ver as suas mãos a mexer. Deveriam ainda optar por apresentar uma receita de cada vez, bem explicada, assim como as quantidades diferenciadas. Muitas receitas ao mesmo tempo dão uma caldeirada em que ninguém se entende.
António do Nascimento, Guarda