Despertar a leitura entre os habituais frequentadores dos cafés da Covilhã é um dos principais objectivos da iniciativa “Vai um livro?”, que está ser desenvolvida em vários estabelecimentos da “cidade-neve” desde segunda-feira. Para tal, a Biblioteca Municipal coloca um livro em cada um dos 12 cafés aderentes para os frequentadores lerem.
Os livros escolhidos são, preferencialmente, de literatura portuguesa e também de poesia, indica Carlos Tavares, coordenador da Biblioteca, realçando que «lutar contra a iletracia e despertar as pessoas para a leitura» é uma das ambições da iniciativa. As diversas obras estarão disponíveis nos cafés com uma rotatividade mensal, podendo ser lidas por todos gratuitamente, uma vez que esta actividade visa “abrir o apetite” para a leitura e incentivar a população a ir mais vezes à biblioteca e a requisitar livros. Com uma duração prevista de um ano, pretende-se fazer rodar os 12 livros seleccionados por todos os cafés participantes. No futuro, a iniciativa poderá continuar e, inclusive, ser alargada a mais cafés. Os estabelecimentos aderentes situam-se em duas zonas preferenciais: um núcleo junto à biblioteca e outro perto da Câmara. “Vai um livro?” não pretende atingir um tipo de público pré-definido, mas a faixa etária a partir dos 40 anos é um dos alvos preferenciais, até porque «os mais novos, em regra, já sabem que nós existimos», frisa Carlos Tavares.
«Estamos mais a tentar ir ao encontro daquelas pessoas que, em vez de estarem duas ou três horas a olhar para uma chávena, poderão ler um livro», sublinha, esclarecendo que não se trata de «tirar freguesia a nenhum café». De resto, o coordenador da Biblioteca recorda que o Cartão do Idoso também serve para vir à Biblioteca e até há uma paragem de autocarro mesmo em frente ao edifício, que dispõe de «excelentes condições com um aquecimento constante», sublinha. A requisição de livros é gratuita, bastando os interessados solicitarem o respectivo cartão de leitor, para o qual apenas é necessário um documento identificativo e um comprovativo de morada. Cada utente pode requisitar um máximo de três livros normais ou seis de banda-desenhada. Entretanto, está patente na Biblioteca uma exposição intitulada “Ler com as Mãos”, destinada aos cidadãos cegos e amblíopes. Trata-se de uma mostra que inclui cerca de 10 livros em braille, dos mais de 250 títulos traduzidos disponíveis para consulta e empréstimo, dos quais se destaca a obra “A Lã e a Neve”, de Ferreira de Castro. A mostra está aberta ao público até 30 de Abril, na Sala de Adultos, das 10 às 18h30. O espaço disponibiliza uma máquina de ampliação, própria para amblíopes, que pode ser solicitada sempre que o utente com dificuldades se desloque à biblioteca.
Ricardo Cordeiro
