O excursionista, de 72 anos, desaparecido na Torre no sábado à noite, foi encontrado morto próximo das Lagoas de Loriga. O corpo foi descoberto ao meio da tarde de domingo numa ravina escarpada por elementos das equipas de salvamento accionadas após os familiares terem alertado as autoridades.
No entanto, o resgate só foi possível graças à intervenção do helicóptero estacionado em Santa Comba Dão. «É uma zona muito complicada para actuar por terra, pois é muito íngreme e bastante perigosa, pelo que as operações para recuperar o corpo poderiam levar entre quatro a cinco horas se não fosse accionado aquele meio aéreo», disse o comandante dos Bombeiros Voluntários de Loriga, que liderou as buscas efectuadas também com efectivos das corporações de São Romão, Seia e Covilhã, bem como duas equipas de salvamento e resgate da GNR, num total de 45 homens.
António Alves adiantou ainda que o idoso terá percorrido «cerca de seis quilómetros» nesta fatídica caminhada entre a zona das pistas de esqui e a ravina onde foi encontrado. «É uma distância muito grande para uma pessoa daquela idade», acrescentou, referindo que o homem ainda passou por cima de uma lagoa completamente gelada antes de cair no abismo.
«Teve sorte o gelo não se ter quebrado, mas quando chegou ao pontão, caiu numa ravina com mais de 60 metros e terá falecido de vários ferimentos», afirmou, admitindo que as possibilidades de sobrevivência eram nulas devido às condições atmosféricas. «Houve muito frio e um nevoeiro muito denso, o que também dificultou as buscas», disse António Alves. O homem, residente em Corroios, estava na Serra da Estrela integrado numa excursão vinda do concelho de Almada e, por algum motivo ainda não apurado, possivelmente desorientação, ter-se-á separado do resto do grupo.