A Infraestruturas de Portugal (IP) vai investir nos próximos dois anos 510 mil euros em três veículos para o Centro de Limpeza de Neve da Serra da Estrela.
A decisão foi revelada pelo diretor do Centro e Norte da empresa, Francisco Miranda, na última Assembleia Municipal da Covilhã, em que participou para debater as acessibilidades à serra. Segundo o responsável, para 2025 está prevista a aquisição de dois limpa-neves e para o ano seguinte de uma retroescavadora. Francisco Miranda adiantou que nas instalações dos Piornos e do Sabugueiro trabalham 18 colaboradores e existem nove limpa-neves, três rotativas, uma máquina giratória, uma retroescavadora e quatro viaturas de apoio. «Estão a fazer um ótimo trabalho», acrescentou, reconhecendo que sente na opinião pública «incompreensão» sobre o trabalho feito na Serra da Estrela e sobre os pareceres técnicos dados à GNR a propósito do encerramento de estradas. «A prioridade é a segurança das pessoas e disso nós não abdicamos», afirmou, tendo realçado a «ausência de mortos» e o reduzido número de feridos” registados.
Francisco Miranda fez uma comparação com montanhas no estrangeiro onde existem estâncias de esqui para concluir que as condições na Serra da Estrela são singulares. «Não encontrei uma realidade idêntica lá fora», sublinhou, recordando que neste caso a montanha está a menos de cem quilómetros em linha reta do mar e não existe «qualquer barreira que salvaguarde dos ventos húmidos e ciclónicos do oceano». O diretor da IP mencionou também a neve com um grau de densidade elevado, que dificulta a sua remoção e gela facilmente, os ventos fortes frequentes. Alertou ainda para o facto da «maioria dos condutores não tem correntes de neve ou não as sabe utilizar», além da frequente falta de visibilidade na serra, devido ao nevoeiro, das mudanças bruscas do tempo, como fatores que dificultam a circulação no maciço central.