A Câmara de Belmonte pretende investir cerca de 850 mil euros na remodelação dos seus três museus (do Zêzere, do Azeite e dos Descobrimentos) e na parte museológica do castelo para melhorar a experiência de visitação.
A maior fatia deste investimento, 400 mil euros, destina-se ao Museu dos Descobrimentos, enquanto a remodelação do EcoMuseu do Zêzere está orçada em cerca de 250 mil euros e a intervenção no Museu do Azeite custará 50 mil euros. Por último, o município vai destinar 150 mil euros para a reformulação da estrutura museológica do castelo. António Dias Rocha, presidente da autarquia, espera que as candidaturas estejam prontas durante o mês de maio para serem apresentadas aos fundos comunitários. «Os nossos museus já têm uns anos e felizmente têm tido muita gente a procurá-los, por isso está na hora de fazer melhorias nos seus conteúdos, particularmente no que diz respeito às novas tecnologias, sendo necessário substituir muito equipamento que está obsoleto e gasto, nomeadamente no Museu dos Descobrimentos», declara o edil a O INTERIOR.
A autarquia pretende com este investimento adicionar um novo projeto museológico no castelo, que vai referenciar a história de Belmonte desde os seus primeiros forais (1199) até aos dias de hoje, criar acessibilidades para deficientes motores no Museu do Azeite, através de uma cadeira elevatória de acesso aos dois pisos, e também melhorar o esquema museográfico do EcoMuseu do Zêzere. Dias Rocha revela ainda que a Câmara também espera poder abrir, «até ao final do ano», o concurso público para a construção do Centro Interpretativo das Ruínas Romanas da Quinta da Fórnea. Datados do século II, os achados situam-se entre Belmonte e Caria e foram descobertos aquando da construção da A23 em 1999. Entretanto, na sexta-feira foi inaugurado o Centro Interpretativo de Centum Cellas, erguido junto ao monumento nacional para explicar as descobertas e teorias ligadas à enigmática torre do Colmeal da Torre.
O espaço envolvente e o edifício também foram intervencionados, num investimento superior a 700 mil euros comparticipados em 85 por cento pelos fundos comunitários. Segundo dados oficiais, em 2023 os museus de Belmonte registaram um aumento de 28 por cento do número de visitantes face ao ano anterior, que teve 109 mil entradas, apesar de ter havido vários cancelamentos a partir de outubro devido à guerra no Médio Oriente. A expetativa do município é que se voltem a atingir os números pré-pandemia, em 2019, quando os museus receberam 139 mil turistas.
Sofia Caramelo
