As primeiras horas da manhã do dia 7 de Novembro de 2023 faziam adivinhar um terramoto político em Portugal, com as notícias que nos iam chegando acerca da operação “Influencer” a decorrer.
Elementos muito próximos do “inner circle” do primeiro-ministro eram visados e detidos pela justiça, sendo o Palácio de São Bento alvo de buscas. Desde logo, a escassos metros do seu gabinete de trabalho, foram encontrados vários envelopes, cuidadosamente disfarçados em livros e caixas de vinho, perfazendo mais de 75.000€ em notas, apurando-se que os mesmos eram pertença do seu chefe de gabinete, Vítor Escária. Convenhamos que a elevada quantia em dinheiro, bem como o inusitado lugar onde este foi descoberto, levantam fundadas suspeitas até ao mais inocente dos eleitores. Foi uma escolha de António Costa.
Também João Galamba, ministro das Infraestruturas e mais do que sobejamente “protegido” do seu chefe de Governo, foi colocado na mira da justiça por alegados crimes de corrupção, sendo constituído arguido na já citada operação. Foi uma escolha de António Costa.
Por último, para além das buscas na sede nacional do PS, também Diogo Lacerda Machado, adjectivado como o “melhor amigo” do secretário-geral do PS, foi indiciado pelos mesmos crimes de corrupção. Foi uma escolha de António Costa.
Em face do exposto, não foi um simples parágrafo, travestido de pretexto, que fez precipitar a demissão de António Costa. Foram as suas escolhas pessoais e círculo próximo de relações que envenenaram todo o contexto político onde se movia, obrigando-o a tomar essa decisão.
A operação “Influencer”, de forma generalista, foi o corolário de um conjunto de casos que marcaram a actualidade política desde a tomada de posse do Governo maioritário socialista em 30 de Março de 2022 até ao fatídico 7 de Novembro de 2023 e que se traduziram na saída de 13 elementos do governo socialista – 2 ministros e 11 secretários de Estado.
Pedro Nuno Santos foi um desses dois ministros caídos em desgraça, neste caso concreto, por força das circunstâncias que rodearam a ex-secretária de Estado do Tesouro e ex-gestora da TAP, Alexandra Reis.
Este ex-ministro, da ala esquerdista mais radical do PS, que se demitiu por falta de competência para o cargo, foi o escolhido pelos socialistas para conduzir os destinos do seu partido e tem agora pretensões a ser candidato a primeiro-ministro de Portugal.
Paralelamente, os últimos oito anos de governação socialista criaram um enorme polvo cor-de-rosa que tomou conta do Estado, constringindo a administração pública e criando uma capilaridade tal que se infiltra em todos os sectores da sociedade, sendo altamente nefasto para a democracia.
Dia 10 de Março de 2024 os portugueses estarão perante o dilema da escolha: manter aqueles que protagonizaram e coadjuvaram os casos atrás descritos e conduziram os serviços públicos, designadamente na área da saúde, educação, justiça e habitação, entre outros, à calamidade actual, ou apostar numa verdadeira alternativa democrática que realmente devolva a esperança nacional e crie condições de estabilidade para um verdadeiro incremento da qualidade de vida e possibilite uma saudável escolha do modelo que mais se adequa a cada caso, sem atilhos ou espartilhos ideológicos.
Esta alternativa democrática é uma aliança de vontades, constituída pelas mais diversas personalidades em distintos sectores da sociedade, que se mobiliza num fluxo inovador de ideias para retirar Portugal da cauda da Europa e projectá-lo em direcção a um patamar de excelência que ombreie com os mais desenvolvidos da UE a 27.
Entre soluções comprovadamente falhadas e experiências populistas de crédito duvidoso, o voto na AD é uma oportunidade única para a autêntica modificação positiva da realidade portuguesa, constituindo-se como um verdadeiro catalisador da vontade colectiva na aposta em um Portugal cada vez mais próspero.
* O autor escreve ao abrigo dos antigos critérios ortográficos