Álvaro Amaro exige ao Ministério da Saúde a criação de uma Unidade Básica de Urgência no Centro de Saúde local. «Em nome da justiça, da racionalidade e da operacionalidade, solicitamos a reformulação da carta da rede de serviços de Urgência no distrito da Guarda», declarou o autarca, após divulgar, em conferência de imprensa, uma carta aberta a Correia de Campos, aprovada por unanimidade na última reunião do executivo, realizada segunda-feira em Rio Torto.
«Está cada vez mais claro que o ministro tem uma visão demasiado centralista dos assuntos de saúde, em detrimento das realidades do interior», lamentou. Recorde-se que a reorganização proposta sedia na Guarda um Serviço de Urgência Médico-Cirúrgica (SUMC), enquanto Vila Nova de Foz Côa acolherá o único Serviço de Urgência Básica (SUB) previsto. Uma opção que, no entender do edil, «menospreza» o município serrano, onde está concluído o novo Centro de Saúde. A obra deverá custar ao Estado mais de três milhões de euros e tem inscrita, no PIDDAC de 2007, a verba de 1,7 milhões de euros. «São números que traduzem o reconhecimento superior da necessidade de um equipamento moderno, funcional e adaptado às necessidades locais», sustenta o documento, considerando que o mesmo possuirá «tudo o que se poderá enquadrar nas disposições legais (Despacho n.º 18459/2006) e necessárias para a existência de um SUB». Isto é, 10 camas de Serviço de Observação, um equipamento de radiologia e de patologia clínica/química seca, bem como todo o material necessário para um suporte avançado de vida.
Pelo que Álvaro Amaro avisa que a reforma das Urgências do ministro Correia de Campos não poderá fazer-se «à custa da diminuição de serviços e tecnologias de saúde disponíveis no concelho». E os argumentos parecem não faltar à “cidade-jardim”. A começar pelas razões históricas, pois Gouveia já tinha hospital em 1880 e possui actualmente «serviços públicos de saúde próximos, actuantes e eficazes», bem como o «melhor Centro de Tratamentos Fisiátricos da zona Centro», da responsabilidade da Associação de Beneficência Popular de Gouveia. Por outro lado, o Serviço de Atendimento Permanente (SAP) apresenta, segundo o autarca, «uma das taxas mais elevadas» de frequência do distrito. Para concluir, acrescenta o critério da centralidade no contexto da NUT III Serra da Estrela: «Analisem-se as distâncias ou os tempos em relação a Viseu e o SUB escolhido e verificarão que é mais rápido sair de Gouveia do que do local proposto», conclui, sublinhando que, nesta matéria, «um segundo pode contar para salvar uma vida».
Luis Martins