Depois da ante-estreia em Montemuro, “Ubelhas, Mutantes e Transumantes” está, amanhã à noite, em cena no auditório do Teatro das Beiras, na Covilhã. Trata-se de uma co-produção das duas companhias, a partir de um texto de Abel Neves.
A peça fala de dois lugares distintos da serra, em cima e em baixo, onde prospera o negócio, e dos seus protagonistas. Em cima, é a pastorícia com a tosquia das ovelhas e o fabrico do queijo; em baixo, na cidade, é a indústria têxtil. “Ubelhas, Mutantes e Transumantes” tem encenação de Gil Salgueiro Nave e interpretação de Inês Mexia, Miguel Telmo, Pedro Fiúza, Sofia Bernardo (todos do Teatro das Beiras), Abel Duarte, Eduardo Correia, Paulo Duarte e Tanya Ruivo (Teatro de Montemuro). O espectáculo vai estar em cena no fim-de-semana, regressando nos dias 25, 26, 27 e 28 deste mês. O Teatro das Beiras existe desde 1974, tendo produzido até hoje 64 peças, com especial destaque para autores portugueses, nomeadamente Gil Vicente, a quem dedicou seis produções. Já o Teatro Regional da Serra do Montemuro surgiu em 1990, produto do encontro entre artistas locais, nacionais e internacionais na pequena aldeia de Campo de Benfeito, no alto da Serra do Montemuro. Uma das suas características principais reside no facto de se inspirar na cultura popular, desde as máscaras de Lazarim até aos santos populares, passando pelo cinema mudo e o fado, mas para produzir um teatro contemporâneo de raízes fortemente e assumidamente rurais.