Uma doença bacteriana que ataca macieiras e pereiras apareceu pela primeira vez em Portugal, em Maio deste ano, em dois pomares do concelho do Fundão, mas o foco foi erradicado, garante o investigador responsável pela descoberta.
«Foi detectada e confirmada pela Direcção-Geral de Protecção de Culturas (DGPC). Neste momento não há problema, as árvores já foram arrancadas e queimadas», adianta João Pedro Luz, docente da Escola Superior Agrária (ESA) de Castelo Branco. A doença conhecida como “Fogo Bacteriano”, pela rapidez com que ataca e se propaga nas árvores de fruto, as quais ficam com um aspecto queimado, é considerada «muito grave, mas não apresenta perigo para os consumidores», esclarece. Segundo o professor, os primeiros casos surgiram há cerca de 120 anos nos EUA, Nova Zelândia e Inglaterra. Mas foi detectada há 10 anos em Espanha e este ano «pela primeira vez» em Portugal. A descoberta, assinalada pelo laboratório de Protecção Vegetal da ESA em pomares da Póvoa da Atalaia e Vale de Prazeres, deu origem, em Setembro, à Portaria 908/2006, de 4 de Setembro, do Ministério da Agricultura. O documento estabelece medidas adicionais e de emergência temporárias de protecção fitossanitária destinadas à erradicação no território nacional da bactéria “Erwinia Amylovora”, responsável pela doença. As medidas prevêem que todos os vegetais «infectados ou com sintomas suspeitos» devem ser arrancados e destruídos no próprio local, «bem como todos os vegetais hospedeiros que lhes estejam circundantes num raio de 10 metros».